Economia compartilhada: oportunidades para aplicar o conceito
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Time Pontotel 24 de novembro de 2025 Gestão Empresarial

O que é economia compartilhada? Entenda o conceito e os modelos de negócio com novas formas de trabalho

Entenda o que é economia compartilhada, modelos de negócio, desafios, casos brasileiros e como empreender no novo cenário colaborativo.

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A economia compartilhada vem ganhando espaço nas discussões sobre novas formas de trabalho, consumo e modelos de negócio. Trata-se de uso compartilhado de bens e serviços, com ênfase no acesso em vez da posse. 

Plataformas colaborativas tornaram-se intermediárias centrais entre ofertantes e demandantes. Contudo, apesar de suas promessas, surgem desafios, desde regulação até viabilidade econômica no longo prazo. Vale analisar tanto os pontos fortes quanto os limites desse modelo.

Este texto explica o que é economia compartilhada, como ela funciona na prática, seus benefícios e desafios, se pode ser sustentável a longo prazo, e apresenta cases brasileiros para exemplificar. Conheça o tema através dos seguintes tópicos:

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Boa leitura!

 

O que é economia compartilhada?

É um sistema em que indivíduos ou organizações compartilham o uso de bens, serviços ou recursos ociosos, geralmente por meio de plataformas digitais, focando o acesso temporário ao invés de permanente.

Como a economia compartilhada surgiu?

As raízes da economia compartilhada remontam a práticas antigas de cooperação e escambo (troca direta de bens).  

No século XX, movimentos de economia solidária e organizações comunitárias usavam modelos de empréstimos coletivos ou compartilhamento. Com a popularização da internet e dos smartphones, essas práticas ganharam escala digital e passaram a permitir o emparelhamento eficiente entre oferta e demanda.

A crise financeira de 2008 também foi catalisadora: consumidores e empresas buscaram formas de reduzir custos e aproveitar ativos subutilizados. Isso impulsionou o surgimento de plataformas que intermediaram o compartilhamento de carros, imóveis, espaços de trabalho, entre outros. 

Qual a diferença entre economia compartilhada e colaborativa?

Os termos economia compartilhada e economia colaborativa são muitas vezes usados como sinônimos, mas há distinções sutis:

  • A economia colaborativa enfatiza cooperação, cocriação e compartilhamento entre pares com foco coletivo;
  • A economia compartilhada refere-se ao uso eficiente de recursos, intermediado por plataformas digitais, com modelos de negócio.

Os dois termos se fundem, e plataformas como Uber e Airbnb, por exemplo, são classificadas em ambos os contextos. Além disso, “gig economy” (economia de trabalhos esporádicos) é frequentemente associada à economia compartilhada, ao conectar trabalhadores a demandas pontuais via plataformas.

Práticas como o Job Sharing, que permitem a divisão de jornada entre profissionais, são influenciadas por conceitos de economia colaborativa.

 

Como funciona a economia compartilhada na prática?

Quadro, com fundo roxo, de pinos ligados por linhas

Na prática, as plataformas conectam ofertantes (que disponibilizam bens ou serviços) aos usuários que pagam pelo uso temporário, dividindo receitas, tarifas e responsabilidades, com avaliações e contratos digitais.

Além de promover sustentabilidade e inovação, a economia compartilhada favorece formatos de trabalho mais autônomos e adaptáveis. Como destaca Bruno Rodrigues, CEO da GoGood, “a flexibilidade é um fator de atração, de retenção de talentos e é especialmente uma questão de bem-estar”.

Quais são os benefícios desse modelo?

  • Redução de custos: empresas ou indivíduos podem alugar ou compartilhar bens em vez de comprar;
  • Melhor aproveitamento de ativos ociosos: por exemplo, um imóvel vago ou um carro parado podem gerar receita;
  • Acesso facilitado: consumidores conseguem usufruir bens sem precisar possui-los, promovendo flexibilidade;
  • Flexibilidade para trabalhadores: a economia de plataformas cria oportunidades para renda complementar, estimulando o desenvolvimento de uma mentalidade Gig;
  • Impacto ambiental positivo: menos produção de bens novos e uso mais eficiente de recursos;
  • Cultura de confiança e comunidade: as transações envolvem avaliações, reputação e feedback, incentivando comportamentos positivos.

Desafios e limitações da economia compartilhada

  • Regulação e legalidade: muitos modelos operam em áreas legais cinzentas, como transporte ou hospedagem;
  • Concentração de poder: poucas plataformas dominam o mercado, reduzindo a autonomia dos ofertantes;
  • Sustentabilidade financeira: tarifas, comissões e monetização podem sufocar os ofertantes;
  • Desigualdade e precarização: trabalhadores podem ter insegurança de renda, sem benefícios trabalhistas;
  • Resistência cultural: algumas pessoas ainda valorizam a posse e desconfiam do compartilhamento;
  • Conflitos de interesse com modelos tradicionais: por exemplo, hotéis e taxistas contestam plataformas como Airbnb e Uber.
 

A economia compartilhada é sustentável a longo prazo?

A sustentabilidade depende do equilíbrio entre receita das plataformas, modelo regulatório adaptado, participação ativa dos usuários e evolução constante para valores sociais e ambientais.

Como empreender na economia compartilhada?

  1. Identifique ativos ou serviços com demanda latente e oferta ociosa (por exemplo, veículos, espaços, ferramentas);
  2. Desenvolva uma plataforma digital que conecte ofertantes a consumidores, com mecanismo de confiança (avaliações, garantias);
  3. Estabeleça modelo de receita (comissão, assinatura, transação);
  4. Garanta governança clara, contratos, seguros e regulamentação;
  5. Invista em marketing e rede de usuários para atingir efeito de rede (quanto mais usuários, maior valor para cada parte);
  6. Monitore métricas como taxa de utilização, retenção, CAC (custo de aquisição de cliente), LTV (valor de vida do cliente).

Impacto cultural e econômico da economia compartilhada

Culturalmente, a economia compartilhada promove a mentalidade de uso coletivo, a confiança em redes e o comportamento colaborativo. Economicamente, pode gerar novas fontes de renda, distribuir ativos e incentivar inovação.

No Brasil, 24% dos brasileiros afirmam que alugariam seus pertences (ex.: roupas, ferramentas), segundo uma pesquisa da Casa do Construtor e AGP Pesquisas. Estima-se que, até 2025, a economia colaborativa responda por 30% do PIB de serviços brasileiros, de acordo com dados da PwC. 

Relação com sustentabilidade, ESG e economia circular

O modelo dialoga fortemente com ESG (ambiental, social e governança) ao fomentar uso eficiente de recursos, redução de desperdício e acesso colaborativo. Também se conecta à economia circular: ao estender a vida útil de produtos por meio de compartilhamento, reduz-se a extração de novos insumos e a geração de resíduos.

Empresas que incorporam práticas de compartilhamento em suas cadeias podem melhorar sua performance ESG, reputação e competitividade.

 

Cases brasileiros de economia compartilhada

Homem ao volante, segurando o celular

No Brasil, diversas empresas representam modelos de sucesso de economia compartilhada:

  • Uber: conecta motoristas a passageiros, com sistema de tarifas dinâmicas;
  • Airbnb: permite que proprietários aluguem imóveis para visitantes;
  • Enjoei: marketplace de compra e venda de usados entre pessoas;
  • DogHero: conecta cuidadores de animais a donos que viajam;
  • Turbi: aluguel de carros por hora entre usuários;
  • Coworkings: espaços compartilhados de trabalho para profissionais autônomos.

Futuro da economia compartilhada

Espera-se que novas verticais surjam, como o compartilhamento de energia (eletromobilidade), mobilidade elétrica, plataformas de utensílios domésticos e equipamentos industriais. 

De acordo com a IEA, a eletrificação e a expansão de infraestrutura de recarga (com previsão de mais de 20 milhões de carros elétricos vendidos em 2025) abrem espaço para novas verticais como compartilhamento de energia e modelos de mobilidade elétrica em plataforma

Tecnologia blockchain, IoT e contratos inteligentes também prometem fortalecer a confiança e automação. De acordo com a Scientific Reports (Nature), blockchain, IoT e contratos inteligentes já viabilizam negociação P2P de energia com rastreabilidade e automação, fortalecendo a confiança entre pares.

Empreendimentos híbridos (modelo compartilhado + modelo tradicional) também serão frequentes, de acordo com o World Economic Forum. Modelos de “sharing” e “product as a service” tendem a se expandir em bens domésticos e equipamentos industriais, inclusive em arranjos híbridos que combinam oferta tradicional e compartilhada.

Conclusão

O conceito de economia compartilhada reconfigura como bens e serviços são acessados, priorizando o uso colaborativo em vez da posse individual. Ao conectar ofertantes a usuários por meio de plataformas digitais, esse modelo propõe eficiência econômica, sustentabilidade e novas formas de geração de valor.

Para funcionar bem no longo prazo, depende de equilíbrio entre monetização, regulação apropriada, confiança e compromisso social. O Brasil já conta com casos expressivos e potencial para expansão em múltiplos setores.

Empresas e profissionais de RH devem observar essa tendência e pensar como incorporar práticas colaborativas, incentivar habilidades digitais e preparar estruturas de captação e retenção de talentos nesse novo cenário.

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