Skills first: priorize essa tendência para se destacar
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Time Pontotel 27 de fevereiro de 2025 Gestão de Pessoas

O impacto do skills-first: por que as habilidades são o novo foco no mercado de trabalho?

Lacunas de habilidades? Saiba como o skills-first se tornou a metodologia de contratação para empresas que buscam competitividade.

Imagem de O impacto do skills-first: por que as habilidades são o novo foco no mercado de trabalho?

O skills-first despontou como uma das metodologias de contratação mais populares no mercado de trabalho. Essa abordagem tem sido impulsionada pela necessidade das empresas de lidar com um desafio que se agrava a cada ano: a dificuldade de encontrar profissionais com as habilidades certas para ocupar os novos cargos.

Segundo dados recentes da McKinsey & Co., 87% das empresas lidam com lacunas de habilidades em suas equipes de trabalho ou esperam sofrer com lacunas de habilidades nos próximos anos. 

Ao longo deste artigo, será explicado como a abordagem skills first está ajudando as empresas a lidar com esse desafio e por que ela se tornou indispensável em um cenário corporativo que exige resultados. Confira o que será explicado mais adiante:

Continue e saiba como aplicar o skills first! 

O que é skills first?

Bloco de anotações com a palavra "Skills", destacando a valorização das competências no modelo skills first

Skills first é uma abordagem de contratação que prioriza as habilidades técnicas ou comportamentais dos candidatos. Ou seja, a prioridade não é credenciais formais, como diplomas ou histórico acadêmico. O foco é a capacidade de aplicar conhecimentos para atender às necessidades do mercado ou resolver problemas nas organizações.

Quais são os tipos de skills?

Quando a empresa deseja adotar a abordagem skills first, um dos pontos mais importantes é que os recrutadores e gerentes saibam identificar os tipos de habilidades que realmente importam para preencher uma vaga com qualidade. Os principais tipos são:

  • Soft skills são habilidades interpessoais e comportamentais que ajudam na interação e no desempenho em equipe, como comunicação, empatia, adaptabilidade e resolução de problemas;
  • Hard skills são competências técnicas, como conhecimentos em ferramentas, idiomas ou habilidades práticas necessárias para executar tarefas específicas.

No geral, as soft skills têm o mesmo peso ou um peso maior que as hard skills. Isso acontece porque, muitas vezes, é mais fácil ensinar um conhecimento técnico do que desenvolver comportamentos para o sucesso de uma equipe.

Como impacta o mercado de trabalho?

A abordagem skills first está transformando o mercado de trabalho no mundo inteiro, renovando tanto as estratégias de contratação quanto as expectativas em relação ao desenvolvimento profissional. 

De acordo com um relatório da Intelligent.com, 53% dos gerentes de contratação afirmam que suas empresas eliminaram os requisitos de bacharelado para algumas funções nos últimos anos. Isso sinaliza um avanço importante, mas é apenas o começo de uma mudança mais profunda. 

Não basta abandonar diplomas como critério por necessidade ou para preencher vagas rapidamente, é preciso reformular a mentalidade organizacional em torno do que realmente significa reconhecer e valorizar o talento.

Para que essa transformação seja efetiva, as empresas precisam de comprometimento e intencionalidade. A mudança começa ao priorizar habilidades práticas, mas só se consolida quando há suporte contínuo para o desenvolvimento dessas competências. 

Muitas organizações adotam a abordagem skills first no momento da contratação, mas deixam de investir no crescimento profissional desses talentos depois que eles entram na empresa.

Quais as vantagens de skills first para as empresas?

Segundo a pesquisa de 2023 Embracing a Skills-First Mindset”, realizada pela empresa OneTen, 79% dos gerentes de contratação afirmaram usar práticas de recrutamento baseadas na abordagem “skills first” para pelo menos alguns cargos. 

Além disso, 19% relataram que esse método já é aplicado em todos ou quase todos os cargos na empresa. Esses números mostram como a priorização de habilidades em vez de credenciais tradicionais está ganhando espaço nas estratégias de recrutamento.

Confira mais algumas vantagens reveladas pela pesquisa:

  • 77% dos gerentes entrevistados disseram enfrentar dificuldades para encontrar candidatos qualificados e prontos para o trabalho. Porém, aqueles que utilizam a abordagem skills first relataram ser 2 vezes mais fácil encontrar profissionais capacitados em comparação aos que não seguem esse modelo;
  • 79% dos gerentes afirmaram que focar habilidades ajudou a reduzir contratações erradas. Esse benefício economiza recursos e minimiza o impacto negativo de uma contratação inadequada no desempenho da equipe;
  • 62% dos participantes relataram que a prática skills first contribuiu para criar uma força de trabalho mais diversa e inclusiva. Abrindo espaço para candidatos com trajetórias não tradicionais, é possível construir equipes com perspectivas variadas, o que, por sua vez, incentiva a inovação.

Além desses dados, a pesquisa também destacou que os gerentes que priorizam habilidades observam um aumento no conjunto de talentos qualificados e motivados disponíveis. É uma abordagem que permite acessar uma base de profissionais que talvez fosse descartada em critérios de recrutamento mais tradicionais.

Exemplos de habilidades valorizadas na cultura skills first

As habilidades valorizadas na cultura skills first podem variar dependendo da empresa, da indústria e até mesmo do momento em que o mercado está. Não existe uma fórmula pronta ou uma lista fixa, porque o que importa é o que cada função realmente precisa. 

Por exemplo, no campo das hard skills, domínio de ferramentas digitais, programação ou análise de dados é altamente requisitado em áreas que lidam com tecnologia. Essas habilidades mostram que o profissional está pronto para entregar resultados diretos. Em alguns casos, podem ser até mais valorizadas do que soft skills.

O grande diferencial da cultura skills first é que ela valoriza habilidades que não necessariamente vêm de uma formação tradicional. Isso abre espaço para talentos que adquiriram competências de formas não convencionais. É uma abordagem que reconhece que o potencial de um profissional vai muito além do que está no papel.

O que perguntar em uma entrevista por competências?

Uma entrevista por competências, dentro da abordagem skills first, é diferente das questões tradicionais porque a prioridade está no que o candidato sabe fazer, e não apenas no que ele colocou no currículo

Nesse tipo de entrevista, o objetivo é entender como as habilidades da pessoa se traduzem na prática em experiências anteriores, projetos ou situações desafiadoras que enfrentou. Algumas sugestões de perguntas que podem ser adaptadas:

  • “Me conta sobre uma situação em que você teve que resolver um problema difícil no trabalho. O que você fez e qual foi o resultado?”;
  • “Você já teve que aprender algo novo rapidamente para executar uma tarefa? Como foi esse processo e o que aprendeu?”;
  • “Fala de um momento em que precisou colaborar com pessoas com opiniões muito diferentes das suas. Como você lidou com isso?”;
  • “Já enfrentou um prazo apertado para entregar algo? O que você fez para garantir que tudo fosse entregue a tempo?”;
  •  Me dá um exemplo de uma ideia ou projeto que você sugeriu e implementou. Como você colocou isso em prática e qual foi o impacto?”;
  • “Conta sobre um feedback difícil que você recebeu. O que fez com ele?”;
  • “Já lidou com mudanças inesperadas em um projeto? Como você se ajustou para alcançar os objetivos?”.

As perguntas têm um propósito: entender como o candidato já aplicou habilidades como comunicação, resolução de problemas, trabalho em equipe e adaptabilidade no mundo real.

Como os colaboradores já contratados se encaixam nessa cultura?

Os colaboradores que já estão na empresa também têm muito a ganhar com a cultura skills first, porque ela não é só sobre quem está entrando, mas também sobre como desenvolver quem já faz parte da equipe.

Dentro dessa cultura, a empresa precisa identificar o que cada colaborador faz de melhor e como essas habilidades podem ser aproveitadas. Muitas vezes, as pessoas têm talentos que não estão sendo explorados porque foram contratadas para uma função específica e nunca tiveram a chance de mostrar todo o seu potencial. 

Com o skills first, isso muda. A ideia é olhar para os colaboradores como um conjunto de habilidades que podem ser ajustadas e aplicadas em diferentes áreas, sempre alinhando ao que a empresa precisa.

Como o RH pode implementar a abordagem skills first na empresa?

Homem desenhando seta ascendente em quadro negro, simbolizando crescimento baseado em skills first

Para o setor de RH implementar a abordagem skills first na empresa, é preciso repensar como a gestão de talentos é feita, desde a contratação até o desenvolvimento contínuo dos colaboradores. A mudança começa com um olhar mais estratégico sobre as competências que realmente fazem a diferença para o negócio. 

Em vez de focar diplomas ou experiências tradicionais, o RH deve mapear quais habilidades são essenciais para cada função e como elas podem ser desenvolvidas e aplicadas no dia a dia. 

O processo não acontece sozinho: a liderança tem papel fundamental. Como Mariá Menezes Boaventura, diretora de pessoas e cultura da Sankhya, explica: “A empresa precisa deixar claro o que espera do papel da liderança e como os líderes são fundamentais para multiplicar a cultura e impulsionar a atuação das pessoas.”. 

Ou seja, os líderes devem ser os principais agentes dessa transformação, ajudando a identificar talentos internos e criando oportunidades para que as habilidades de cada colaborador sejam exploradas ao máximo.

Como o RH pode se preparar para essa mudança no mercado de trabalho?

O mercado de trabalho está mudando rapidamente, e as empresas que não se adaptam acabam ficando para trás. Mais do que nunca, a busca não é apenas por preencher vagas, e sim por atrair profissionais que tragam habilidades.

Nesse novo cenário, o RH ganha uma nova dimensão: criar estratégias que conectem pessoas às necessidades reais da organização, com foco em suas competências. Isso depende de investir em ferramentas que ajudem a mapear essas competências, tanto em novos talentos quanto nos colaboradores que já estão na empresa.

O RH precisa atuar como um facilitador capaz de garantir que os líderes estejam alinhados com essa visão e promovam um ambiente onde habilidades sejam desenvolvidas e reconhecidas de forma contínua. Como Mariá Menezes Boaventura explica:

Considerando o contexto de muitas mudanças no mercado e uma competição acirrada, as empresas estão constantemente buscando se diferenciar. Na minha opinião, a chave para essa diferenciação reside na capacidade das empresas de atrair e manter as melhores pessoas engajadas em seus negócios, que são altamente relevantes.

O engajamento começa com a percepção de que cada talento tem algo único a oferecer e que é responsabilidade da organização criar condições para que isso seja aproveitado ao máximo.

Conclusão

A abordagem skills first é uma resposta direta às transformações do mercado de trabalho e às novas exigências das empresas. Porém, sua implementação vai muito além de um simples ajuste nos processos de contratação.

A priorização das habilidades representa uma mudança na forma como o mercado enxerga talentos, desenvolvimento profissional e até mesmo as estruturas tradicionais de carreira. Colocando as competências no centro das decisões, as organizações ampliam seu acesso a profissionais mais diversificados e preparados.

Para mais insights sobre contratação e tecnologias para o mercado de trabalho, confira os postos mais recentes do blog Pontotel.

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