Triple Bottom Line: saiba como aplicar o conceito na empresa.
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Time Pontotel 25 de julho de 2024 Departamento Pessoal

Entenda como o Triple Bottom Line beneficia sua empresa e quais as tendências desse conceito

O Triple Bottom Line é um método de gestão para incentivar o desenvolvimento sustentável nas empresas, e não apenas o crescimento econômico.

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No passado, os objetivos de muitas empresas se concentravam exclusivamente no crescimento econômico. Agora, os líderes estão descobrindo parâmetros para usar seus negócios como agentes de mudanças positivas no mundo, mas sem prejudicar o desempenho financeiro. Um desses parâmetros é o Triple Bottom Line, ou TBL.

Essa abordagem nasce para ajudar o propósito de negócios sustentáveis, que é impactar positivamente o meio ambiente e a sociedade, ao mesmo tempo em que beneficia os seus acionistas. No entanto, solidificar metas claras e alcançáveis em prol da sustentabilidade e formular uma estratégia para atingi-las é uma tarefa desafiadora para qualquer empresa.

Para ajudar gestores e demais líderes empresariais nessa jornada, este artigo vai explicar em detalhes como funciona o Triple Bottom Line, quais são os seus pilares e como implementá-lo na prática. Confira, abaixo, um breve resumo do artigo:

Continue e aprenda tudo sobre o Triple Bottom Line!

O que é Triple Bottom Line?

Homem empilhando bloquinhos de madeira

Triple Bottom Line (TBL) é uma expressão criada por John Elkington, em seu artigo de 1994 “The Triple Bottom Line: What is It and How Does It Work?”. A ideia central por trás do TBL é que medir apenas o lucro líquido de uma empresa não fornece uma imagem completa do seu valor real, uma vez que não considera os seus impactos social e ambiental.

Dessa forma, Elkington propôs a inclusão de mais dois “resultados” ao lucro líquido de uma empresa: o social e o ambiental. Os três “resultados” passaram a ser conhecidos como os 3 Ps: people, planet and profit (pessoas, planeta e Lucro).

Apesar de o Triple Bottom Line ter sido proposto pela primeira vez há mais de 20 anos, continua sendo uma abordagem popular para a construção da responsabilidade social e ambiental das empresas.

Qual o conceito de Triple Bottom Line?

Triple Bottom Line é um método de avaliação de desempenho corporativo que considera os impactos social, econômico e ambiental de uma empresa, e não apenas o seu lucro líquido. O objetivo é fazer com que os gestores prezem pelo desenvolvimento sustentável, medindo o impacto de suas próprias empresas no meio ambiente e na sociedade.

Em uma tradução literal para o português, a expressão inglesa “Triple Bottom Line” significa Linha Tripla de Fundo. Porém, também é possível encontrar a abordagem sob as denominações de Tripé da Sustentabilidade ou 3BL.

Como funciona o Triple Bottom Line?

O Triple Bottom Line não é uma norma prevista em lei ou um parâmetro estabelecido por ONGs que promovem a sustentabilidade. Na verdade, toda empresa é livre para adotar ou não o TBL na sua tomada de decisões internamente.

Por outro lado, é importante considerar que a demanda por práticas sustentáveis está aumentando em toda a sociedade. Nesse novo cenário, as empresas têm a opção de considerar os pilares do TBL para se adaptar às ações sustentáveis de seus segmentos.

A adoção do TBL ajuda uma empresa tanto em medidas pontuais, como investimentos em tecnologias sustentáveis e escolha de fornecedores que compartilham dos mesmos valores, quanto em medidas abrangentes da cultura organizacional, como políticas de recursos humanos que promovem a diversidade, equidade e inclusão (DEI), por exemplo.

Na prática, o TBL se mostra uma abordagem holística, que amplia o olhar sobre as decisões de vários setores, com o objetivo de fazer com que uma empresa priorize não apenas o lucro, mas também a equidade social e a proteção do meio ambiente. 

Quais os pilares do Triple Bottom Line?

As empresas podem usar os três pilares do Triple Bottom Line para avaliar suas responsabilidades ambiental e social, determinando quaisquer impactos negativos para os quais possam estar contribuindo. 

A partir daí, cabe aos gestores integrarem mais facilmente práticas sustentáveis em seus modelos de negócios para impactar a sociedade e o meio ambiente, além de gerar lucro. A seguir, conheça os pilares do Triple Bottom Line.

Pilar econômico

Boa parte do sucesso de uma empresa depende do seu desempenho financeiro ou do lucro que gera para os acionistas. Esse é o pilar econômico do Triple Bottom Line. As iniciativas de planejamento estratégico e as decisões de negócios são cuidadosamente avaliadas para maximizar lucros, reduzir custos e mitigar riscos.

Pilar social

O segundo componente do Triple Bottom Line enfoca o impacto social de uma empresa e seu compromisso com as pessoas.

Tradicionalmente, as empresas priorizaram o valor para os acionistas como indicador de sucesso. No entanto, à medida que as organizações adotam a sustentabilidade, há uma mudança de foco em direção à criação de valor para todas as partes interessadas afetadas pelos negócios, incluindo clientes e funcionários. Esses são os critérios do pilar social.

Existem maneiras simples pelas quais as empresas podem causar impacto nas pessoas e servir às gerações futuras. Por exemplo, garantir práticas justas de contratação e proporcionar oportunidades de desenvolvimento e crescimento para seus funcionários.

Pilar ambiental

O terceiro pilar do Triple Bottom Line destaca a importância de práticas ambientalmente sustentáveis ​​para minimizar o impacto ambiental. Para cumprir essa proposta, as empresas precisam considerar o ciclo de vida completo de seus produtos e serviços, desde a obtenção de matérias-primas até o descarte adequado de embalagens.

A partir disso, fica mais fácil planejar novas práticas de reciclagem e reutilização e redução de resíduos, além de se engajar em programas de logística reversa para garantir o descarte adequado de produtos.

Benefícios do Triple Bottom Line

Mãos segurando uma seta

Adotar uma abordagem Triple Bottom Line pode parecer idealista em um mundo competitivo, que enfatiza o lucro acima de propósitos. Empresas inovadoras, no entanto, têm mostrado repetidas vezes que é possível colher benefícios práticos com uma postura pró-sustentabilidade em suas atividades.

Um dos principais benefícios é financeiro. O estudo anual “Melhores para o Brasil”, realizado pela empresa Humanizadas, demonstrou que empresas com práticas sustentáveis têm um retorno financeiro 615% superior aos dois principais índices do mercado brasileiro, o Ibovespa e o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

Apesar de um cenário de crises econômicas e incertezas, essas empresas de capital aberto obtiveram um retorno financeiro acumulado de 417% nos últimos 12 anos. Esse foi um resultado 615% superior ao Ibovespa e 713% superior ao ISE.

O TBL também pode ser uma ferramenta poderosa para atrair e reter talentos engajados. Afinal, os profissionais atualmente valorizam empresas que demonstram compromisso com valores éticos, responsabilidade social e práticas sustentáveis. Logo, organizações que adotam o TBL são vistas como atraentes para se trabalhar.

Uma boa reputação ainda pode abrir portas para novas parcerias e oportunidades de negócios. O compromisso com práticas sustentáveis ​​e a divulgação transparente de informações relacionadas ao TBL atraem investimentos sustentáveis ​​e conquistam novos segmentos de mercado que valorizam a sustentabilidade.

Por fim, vale destacar que as empresas verdes são aquelas que estão se preparando para enfrentar desafios futuros. Ao considerar as dimensões social e ambiental nas decisões, elas podem mitigar riscos emergentes, como regulamentações ambientais mais rigorosas ou mudanças nas preferências dos consumidores por produtos sustentáveis.

Como implementar o Triple Bottom Line?

Implementar o Triple Bottom Line (TBL) é uma estratégia acessível para qualquer empresa, independentemente do tamanho ou do setor de atuação. O mais importante é que os gestores compreendam e definam de forma clara quais são os aspectos a serem trabalhados dentro dos pilares do TBL: econômico, social e ambiental.

Um passo fundamental é ouvir grupos de interesse envolvidos no negócio, como clientes, fornecedores, investidores e colaboradores. Essas partes interessadas têm perspectivas valiosas sobre o impacto da empresa em relação a cada um dos pilares do TBL.

Além disso, é importante contar com práticas de monitoramento de indicadores de gestão relacionados às práticas de sustentabilidade específicas para o segmento da empresa. 

Esses indicadores permitem acompanhar o desempenho da empresa em relação aos objetivos estabelecidos, fornecendo informações sobre o progresso e a eficácia das iniciativas sustentáveis. Os números desses indicadores podem ser apresentados nas reuniões de negócios e compartilhados com investidores.

Quais os desafios do Triple Bottom Line?

Embora o Triple Bottom Line tenha como objetivo estimular mudanças sistemáticas em direção a uma maior responsabilidade social e ambiental das empresas, há riscos inerentes que podem dificultar sua implementação efetiva.

Um dos maiores desafios é a possibilidade de adotar a abordagem mais como uma estrutura contábil do que como um estímulo para mudanças reais. Quando o TBL é interpretado apenas como uma medida de desempenho financeiro, corre-se o risco de priorizar o lucro em detrimento dos aspectos social e ambiental. 

Essa abordagem reducionista contraria a intenção original da proposta de promover mudanças nas práticas de negócios. O próprio John Elkington, criador do conceito do Triple Bottom Line, destaca essa preocupação em um artigo de 2018 publicado na Harvard Business Review, no qual faz um balanço da aplicação do TBL desde sua criação.

Outro desafio enfrentado pelas empresas é a dificuldade de medir os impactos sociais e ambientais de forma precisa e comparável. Enquanto os aspectos financeiros podem ser mensurados por meio de métricas contábeis e financeiras estabelecidas, a avaliação dos impactos sociais e ambientais muitas vezes é mais complexa. 

Muitos desses impactos são intangíveis, difíceis de quantificar e comparar diretamente. Esse fato torna desafiador o desenvolvimento de indicadores adequados e a obtenção de dados confiáveis para medir e relatar o desempenho nessas áreas.

Apesar desses desafios, é importante reconhecer que o TBL ainda é uma abordagem valiosa para orientar as empresas em direção a práticas mais sustentáveis.

Tendências futuras do Triple Bottom Line

Diversas tendências estão impulsionando a adoção de práticas sustentáveis nas empresas, o que torna a adoção do TBL cada vez mais relevante. 

Uma das tendências é a crescente demanda dos consumidores por empresas sustentáveis. Estima-se que 87% da população brasileira prefere comprar produtos e serviços de empresas comprometidas com a sustentabilidade, segundo estudo da agência de pesquisa norte-americana Union + Webster, divulgado pela Fiep.

Esse resultado coloca pressão sobre as empresas para adotarem práticas responsáveis ​​e ambientalmente conscientes.

Outra tendência é a integração da sustentabilidade em todas as áreas. Desde a cadeia de suprimentos até as operações internas, do desenvolvimento de produtos ao relacionamento com clientes, as empresas estão percebendo que a sustentabilidade não pode ser tratada como uma área separada, mas deve ser parte integrante de sua estratégia global.

Por fim, a importância crescente da transparência e da prestação de contas também é uma tendência relevante. As empresas estão sendo incentivadas a divulgar informações claras e confiáveis sobre seu desempenho em termos de sustentabilidade, bem como a assumir a responsabilidade por seus impactos negativos e buscar soluções proativas. 

Essa transparência com os resultados ajuda a fortalecer a confiança dos stakeholders e a construir uma reputação sólida no mercado.

Conclusão

Implementar o Triple Bottom Line requer um compromisso contínuo e um processo de aprendizado constante de gestores e demais integrantes da empresa. À medida que a organização avança em sua jornada de sustentabilidade, é importante realizar avaliações periódicas, revisar metas e estratégias, e fazer ajustes conforme necessário. 

Em resumo, o “segredo” do TBL está em compreender os aspectos a serem trabalhados, envolver as partes interessadas e estabelecer indicadores de desempenho sustentável para medir as ações futuras da empresa.

Para acompanhar mais novidades sobre tecnologias e tendências para o mundo corporativo, aproveite para conferir os posts mais recentes do blog Pontotel.

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