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Time Pontotel 19 de dezembro de 2025 Gestão de Pessoas

Desempenho financeiro: entenda o que é, qual a importância e como melhorar na sua empresa

Entenda como o desempenho financeiro reflete a maturidade da gestão e aprenda a aplicar indicadores como EBITDA, ROIC e margem operacional.

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A interpretação isolada de balanços e relatórios contábeis costuma gerar uma falsa sensação de estabilidade. O desempenho financeiro de uma empresa, na verdade, é moldado por uma série de fatores operacionais, estratégicos e humanos.

A forma como as equipes são geridas, o nível de engajamento dos colaboradores e a capacidade de liderança exercem influência sobre a lucratividade e a eficiência dos recursos. Compreender o desempenho financeiro exige, portanto, uma leitura sistêmica.

Nos próximos tópicos, este guia explica o que realmente define o desempenho financeiro e as práticas que elevam o resultado de uma empresa a longo prazo. Confira um breve resumo do que será explicado mais adiante:

Descubra como elevar o desempenho financeiro da empresa!

O que é desempenho financeiro?

imagem de cédulas representando o desempenhou financeiro de uma empresa

O desempenho financeiro refere-se à capacidade de uma empresa de gerar valor econômico e alcançar seus objetivos por meio da utilização eficiente de seus recursos (ativos, passivos, receitas e gastos) durante um determinado período.

De acordo com o glossário da Corporate Finance Institute, o desempenho financeiro representa uma “avaliação completa da posição da empresa em termos de ativos, passivos, patrimônio, despesas, receitas e rentabilidade”.

A análise desse desempenho depende de avaliar até que ponto a organização consegue transformar entradas (como capital, mão de obra, tecnologia e matérias-primas) em saídas (lucros, crescimento e valor para os acionistas) e manter essa performance de modo sustentável ao longo do tempo.

Qual a importância de uma boa análise de desempenho financeiro?

A análise rigorosa do desempenho financeiro de uma empresa é fundamental porque permite a gestores e stakeholders entender “o que aconteceu” nos resultados e por que aconteceu a fim de antecipar consequências. 

Estudos indicam que equipes de finanças de alta performance dedicam cerca de 77% do seu tempo a atividades de análise, contra cerca de 60% das equipes de menor desempenho. Esse diferencial de 17 pontos percentuais revela que a capacidade de analisar finanças correlaciona-se com competitividade e eficácia.

O valor da análise está em três grandes dimensões: decisões estratégicas melhores, gestão de riscos fortalecida e credibilidade no mercado. 

  1. Na esfera das decisões estratégicas, uma boa análise de desempenho financeiro fornece métricas como retorno sobre patrimônio (ROE), retorno sobre ativos (ROA), índices de liquidez ou alavancagem, que ajudam a dimensionar se a empresa está gerando valor ou simplesmente crescendo em volume;
  2. Segundo, no que tange à gestão de riscos, a análise de desempenho financeiro permite identificar fragilidades tais como dependência excessiva de dívida, deterioração da liquidez ou declínio da margem de lucratividade antes que se transformem em crises;
  3. Terceiro, sob o aspecto de credibilidade, tanto para stakeholders internos (equipe de gestão e conselho) quanto externos (investidores, bancos e fornecedores), uma análise bem estruturada do desempenho financeiro transmite profissionalismo, transparência e previsibilidade.

Como medir o desempenho financeiro de uma empresa?

A análise de desempenho financeiro é conduzida por gestores financeiros, controladores e analistas contábeis, que interpretam dados para apoiar decisões estratégicas. Veja como realizar esse processo em três passos:

Analisar demonstrativos financeiros 

Nenhuma métrica substitui uma leitura contextualizada dos demonstrativos contábeis. É a partir do balanço patrimonial, da Demonstração de Resultados (DRE) e do fluxo de caixa que se identifica a estrutura de capital, a rentabilidade e a capacidade de geração de caixa.

A análise deve ir além da leitura dos números absolutos: é preciso interpretar relações entre eles, como o peso das despesas operacionais sobre a receita líquida ou o impacto dos custos fixos na margem de contribuição. 

Calcular indicadores de desempenho financeiro

A solidez da análise depende da capacidade de traduzir os dados em índices que representem a realidade econômica da empresa. Indicadores como margem EBITDA, endividamento, retorno sobre o capital investido (ROIC) e giro de ativos são fundamentais para mensurar eficiência e lucratividade. 

O cálculo deve seguir padrões consistentes, considerando períodos equivalentes e benchmarks de mercado. Por exemplo, um ROIC abaixo do custo médio ponderado de capital (WACC) indica destruição de valor, mesmo que o lucro contábil pareça satisfatório.

Integrar métricas financeiras e operacionais

Nenhum número isolado explica o todo. Por isso, a mensuração de desempenho financeiro precisa ser integrada a indicadores operacionais, como produtividade, rotatividade de estoques e tempo médio de recebimento. 

Essa integração mostra se o desempenho financeiro decorre de ganhos estruturais ou apenas de fatores conjunturais, como corte de despesas ou variação cambial favorável. 

A metodologia conhecida como Value Driver Tree é um exemplo de análise integrada, pois conecta variáveis operacionais (preço, volume e custos) aos resultados financeiros (lucro, retorno e geração de caixa).

O papel do RH e do DP no desempenho financeiro

O desempenho financeiro de uma empresa é afetado por diversos fatores além dos tradicionais relatórios contábeis. Entre eles, merece destaque a atuação das áreas de Recursos Humanos (RH) e de Departamento de Pessoal (DP), que serve para integrar os departamentos em torno dos mesmos objetivos financeiros.

Naomi Wagatsuma, analista de projetos na Pontotel, ressalta a importância desse tipo de integração: “Mesmo atuando em frentes diferentes, todos devem estar alinhados com o objetivo principal da empresa, seja ele crescer, aumentar a eficiência, ou melhorar a produtividade, sempre com uma visão estratégica.”.

Uma pesquisa de Mark A. Huselid concluiu que, para cada desvio-padrão acima da média em práticas de trabalho de alta performance, havia um aumento médio de US$ 27.044 em vendas por empregado e US$ 3.814 em lucro anual por empregado

No que tange especificamente ao RH, seu impacto financeiro se dá por várias vias: 

  • Redução do turnover (com o consequente corte de custos de recrutamento e onboarding);
  • Maior engajamento dos colaboradores (o que reduz ausências, eleva produtividade e melhora qualidade do output);
  • Melhor alinhamento entre competências e estratégia.

Todos esses benefícios se refletem em maior eficiência operacional e, por conseguinte, menores custos relativos e margens maiores. 

Como melhorar o desempenho financeiro na prática?

O aumento das receitas é um sinal de progresso financeiro, mas a prosperidade de uma empresa depende da forma como são geridos os seus custos e investimentos. Veja quais estratégias podem transformar números dispersos em resultados:

Mapear indicadores estratégicos

O primeiro passo é mapear indicadores-chave de desempenho que traduzam a performance real da empresa, como: 

  • EBITDA;
  • Margem líquida;
  • Giro de capital de giro;
  • Retorno sobre o capital investido (ROIC). 

Essa etapa é o momento de definir metas de curto e longo prazo e alinhar cada indicador à estratégia global.

Revisar custos fixos e variáveis

A revisão de custos é um dos mecanismos mais diretos de fortalecimento do resultado operacional. Na prática, consiste em identificar quais custos fixos podem ser renegociados ou otimizados: folha de pagamento, aluguel e contratos de serviços.

Em seguida, a recomendação é identificar quais custos variáveis podem ser flexibilizados sem afetar a entrega ao cliente: insumos, comissões e logística.

Automatizar rotinas administrativas

A automação é hoje um vetor determinante para eficiência financeira. Processos repetitivos, como emissão de notas, conciliações bancárias e controle de contas a pagar, podem ser executados por sistemas integrados de ERP ou RPA (Robotic Process Automation), reduzindo falhas e aumentando a acurácia das informações contábeis. 

Revisar investimentos e margens

Nenhuma estratégia financeira é completa sem uma revisão de investimentos e margens operacionais. O objetivo é assegurar que o capital esteja alocado em projetos com ROI (Return on Investment) acima do custo de capital e que as margens reflitam a realidade de mercado. 

A revisão envolve análises como payback descontado, VPL (Valor Presente Líquido) e comparação com benchmarks setoriais.

Quais erros mais prejudicam o desempenho financeiro?

Em finanças corporativas, falhas de gestão costumam se manifestar de forma silenciosa até se tornarem problemas estruturais. Veja como identificar e corrigir essas distorções para preservar a sustentabilidade das suas finanças:

Falta de controle do fluxo de caixa

Sem o acompanhamento do fluxo de caixa, a empresa perde previsibilidade sobre sua liquidez. Entradas e saídas desorganizadas distorcem o planejamento e podem gerar falta de capital para obrigações imediatas, mesmo quando há lucro contábil.

Ausência de indicadores de desempenho

Sempre que decisões são tomadas sem base em métricas, o risco de erro aumenta. A ausência de indicadores como EBITDA, ROE e margem líquida impede que a gestão avalie a eficiência real das operações e a geração de valor econômico.

Crescimento sem planejamento financeiro

A expansão de operações sem projeções de capital de giro tende a gerar desequilíbrios. Sem análise de cash flow e payback, a empresa corre o risco de crescer mais rápido do que sua estrutura financeira permite.

Falta de revisão periódica de custos

Com o tempo, despesas fixas e variáveis se acumulam sem controle. A ausência de auditoria de custos reduz margens operacionais e mascara ineficiências que poderiam ser corrigidas com metodologias como ABC costing.

Conclusão

Apesar de muitos associarem o desempenho financeiro apenas a indicadores contábeis, fica claro que a capacidade de gerar lucro e valor depende da forma como a empresa é gerida e das pessoas que a compõem. 

O real diagnóstico financeiro não está na margem de lucro, está na integração entre gestão de recursos e de talentos. Quando o RH e o DP trabalham para alinhar metas individuais aos objetivos da empresa, o impacto aparece na produtividade e nos resultados financeiros.

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