Felicidade Interna Bruta: o indicador que pode mudar seu RH
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Time Pontotel 3 de junho de 2025 Gestão de Pessoas

Felicidade Interna Bruta: veja como essa filosofia pode impactar positivamente a gestão de pessoas e ser aplicada no dia a dia

Conheça o novo índice criado pela ONU: a Felicidade Interna Bruta, que avalia o bem-estar e a qualidade de vida das nações.

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A busca por indicadores que avaliem o bem-estar de forma mais ampla tem se tornado cada vez mais relevante. Nesse contexto, a ONU criou a FIB (Felicidade Interna Bruta), um índice que considera aspectos sociais, emocionais e ambientais para medir o desenvolvimento de uma nação.

O conceito foi inspirado em uma política adotada por um pequeno país do sul da Ásia, o Butão. Desde os anos 1970, esse país passou a defender que a felicidade da população deve ser uma prioridade, influenciando novas formas de pensar qualidade de vida.

Nas empresas, a FIB vem se tornando uma referência para práticas de gestão mais humanas. Ao incorporar o bem-estar como parte da estratégia, organizações constroem ambientes de trabalho mais saudáveis, engajados e sustentáveis.

Neste conteúdo, será possível conhecer com mais detalhes o índice de Felicidade Interna Bruta e como ele pode ser útil nas empresas. Confira os tópicos que serão abordados: 

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Boa leitura!

O que é o novo indicador da ONU, Felicidade Interna Bruta?

A Felicidade Interna Bruta (FIB) é um indicador criado pela ONU visando medir o bem-estar das populações de forma mais abrangente. Ao contrário de métricas exclusivamente econômicas, a FIB considera fatores como saúde mental, relações sociais, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e sustentabilidade ambiental.

Esse índice busca compreender a qualidade de vida a partir da experiência das pessoas em seu cotidiano.

No ambiente corporativo, a proposta tem influenciado gestores a repensarem suas estratégias, dando mais espaço para ações que promovam satisfação, engajamento e qualidade emocional no trabalho.

Como surgiu o índice da FIB?

A origem da FIB está ligada à política de um pequeno país asiático chamado Butão. Desde a década de 1970, seus governantes passaram a adotar a felicidade coletiva como meta de desenvolvimento, criando um modelo centrado no bem-estar da população, e não apenas no crescimento econômico.

Com base nessa experiência, a ONU reconheceu o potencial da FIB e passou a utilizá-la como referência global

A metodologia foi desenvolvida por centros de pesquisa especializados e hoje serve como ferramenta de análise para orientar políticas públicas e práticas organizacionais ao nível global.

FIB x IDH: Quais as principais diferenças?

Embora a FIB (Felicidade Interna Bruta) e o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) sejam índices usados para avaliar o desenvolvimento de uma nação, eles têm abordagens distintas.

Enquanto o IDH foca em fatores como renda, educação e expectativa de vida, a FIB vai além, avaliando aspectos subjetivos, como a felicidade e o bem-estar da população.

Entenda com detalhes na tabela: 

CritérioFIBIDH
FocoBem-estar e felicidade da populaçãoRendimento econômico, educação e saúde
Método de MediçãoAspectos subjetivos (emoções, saúde mental, relações sociais)Dados objetivos (renda, expectativa de vida, escolaridade)
ObjetivoAvaliar a qualidade de vida e felicidadeMedir o desenvolvimento humano e econômico

Quais são as categorias impactadas pela Felicidade Interna Bruta?

Três colegas de trabalho sorrindo e aplaudindo durante uma reunião, demonstrando felicidade e colaboração no ambiente de escritório.

A FIB é composta por nove categorias que avaliam diferentes aspectos da qualidade de vida da população.

Essas categorias permitem uma análise mais ampla e sensível do bem-estar humano, considerando fatores que vão além da economia. 

As nove dimensões da FIB são:

  • Bem-estar psicológico: satisfação, propósito e saúde emocional;
  • Uso do tempo: equilíbrio entre trabalho, lazer e vida pessoal;
  • Vitalidade da comunidade: apoio social, confiança e pertencimento;
  • Cultura: valorização da identidade e das expressões culturais;
  • Saúde: acesso a cuidados, prevenção e hábitos saudáveis;
  • Educação: qualidade do ensino, alfabetização e equidade;
  • Meio ambiente: biodiversidade, sustentabilidade e qualidade ambiental;
  • Padrão de vida: bem-estar material e acesso a serviços básicos;
  • Governança: participação, transparência e respeito aos direitos.

Qual o objetivo de acompanhar o nível da FIB?

O intuito de acompanhar o nível da FIB é entender como as pessoas realmente estão se sentindo e vivendo, além dos números da economia.

Esse índice ajuda a identificar se a população tem qualidade de vida, bem-estar emocional, acesso a serviços essenciais e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Em vez de olhar só para o crescimento financeiro, a FIB mostra se as condições do dia a dia estão contribuindo para que as pessoas sejam mais felizes e realizadas.

Para empresas, acompanhar esse tipo de indicador também pode ajudar a criar ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos.

Como é feita a medição da Felicidade Interna Bruta?

A medição da Felicidade Interna Bruta (FIB) combina dados objetivos e percepções subjetivas para avaliar o bem-estar.

No contexto empresarial, isso pode ser feito por meio de pesquisas de clima organizacional ou de satisfação interna, que analisam a percepção dos colaboradores em relação às nove dimensões da FIB, e as respostas são analisadas para gerar um índice de bem-estar interno.

Esse modelo segue a metodologia apresentada por Dr. Rui Brites, professor do ISEG – Universidade de Lisboa, que propõe o uso de indicadores estatísticos e sociais para avaliar a felicidade de forma estruturada.

Os resultados coletados podem ser utilizados como métricas estratégicas para guiar políticas de gestão de pessoas, cultura corporativa e ESG (Environmental, Social and Governance).

O que a FIB tem a ver com as empresas?

O conceito de Felicidade Interna Bruta pode parecer distante da realidade corporativa, mas tem tudo a ver com o dia a dia das organizações

Os mesmos fatores que compõem a FIB, como bem-estar psicológico, uso do tempo e qualidade das relações, também influenciam diretamente a produtividade, o engajamento dos colaboradores e a retenção de talentos

Por exemplo, o Brasil é um país onde os trabalhadores são 9% mais infelizes do que a média global, segundo estudo realizado pela Pluxee e a plataforma britânica The Happiness Index.

Esse dado evidencia a urgência de implementar práticas de employee experience que priorizem o bem-estar coletivo, fortalecendo a conexão entre felicidade e performance no ambiente corporativo.

Logo, no cenário onde o capital humano é um diferencial competitivo, adotar estratégias inspiradas na FIB pode ser o primeiro passo para empresas que desejam alinhar resultados econômicos com saúde organizacional.

Benchmark de governança global: a FIB como referência emergente?

A FIB está se tornando uma referência emergente em governança global no contexto empresarial, ajudando as empresas a avaliar o bem-estar dos colaboradores, além da produtividade.

Focando saúde mental, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e cultura organizacional, as empresas podem tomar decisões mais estratégicas e humanas.

“Sentir que a empresa está atenta ao que o colaborador precisa e às suas expectativas faz toda a diferença para ele, mudando completamente a sua experiência na empresa.”, comenta Cristina Pereira, coordenadora de operações na Comunitive.

Quais são as variáveis do desenvolvimento da Felicidade Interna Bruta em que o RH pode se inspirar?

 

O RH pode se inspirar em diversos aspectos dessa abordagem para promover o bem-estar dos colaboradores e, consequentemente, melhorar os resultados organizacionais.

Entre as principais variáveis que o setor pode considerar, estão:

  • Bem-estar psicológico: implementar programas de apoio emocional e saúde mental para os colaboradores;
  • Equilíbrio vida-profissional: oferecer flexibilidade de horário e opções para descanso adequado;
  • Engajamento no trabalho: criar oportunidades de reconhecimento e crescimento para os funcionários;
  • Relações interpessoais: promover um ambiente de respeito mútuo e colaboração entre as equipes;
  • Saúde física: incentivar práticas saudáveis, como atividades físicas e alimentação equilibrada;
  • Desenvolvimento contínuo: investir em treinamentos e capacitação para o aprimoramento profissional constante.

Como o RH pode aplicar os princípios da FIB na cultura organizacional?

 
	
Três mulheres felizes e sorridentes interagindo em um ambiente ao ar livre, representando amizade e bem-estar.

É possível aplicar os princípios da Felicidade Interna Bruta (FIB) na cultura organizacional por meio de ações que priorizam o bem-estar dos colaboradores.

O RH pode promover programas de saúde mental, flexibilizar horários e incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Ademais, investir em capacitação contínua, reconhecimento e valorização do trabalho, além de criar um ambiente colaborativo e saudável, são práticas que reforçam a cultura organizacional e aumentam o engajamento.

Benefícios da abordagem FIB para empresas e colaboradores

Colaboradores mais felizes são mais produtivos, como comprovado por um estudo da Universidade de Warwick, que mostrou um aumento de 12% na produtividade. 

Investir no bem-estar dos funcionários, portanto, não só melhora a experiência deles, mas também elevam a atratividade da empresa como marca empregadora, reduzem o turnover e constroem equipes mais resilientes e inovadoras.

Panorama da FIB no Brasil

Em 2025, o Brasil inicia a adoção da FIB como forma alternativa para mensurar o desenvolvimento social. O primeiro teste será realizado em Fernando de Noronha, local famoso pelo turismo, mas que enfrenta desafios estruturais e sociais. 

A expectativa é que, com base nos resultados, a metodologia possa ser expandida para outras regiões do país.

Por que o RH precisa acompanhar esse indicador agora?

O RH pode começar a acompanhar a FIB desde agora, porque o bem-estar dos colaboradores está diretamente ligado à produtividade, ao engajamento e à retenção de talentos.

Com a aplicação do índice no Brasil, cresce a demanda por ambientes de trabalho mais saudáveis e humanos.

Empresas que se antecipam a essa mudança e integram o bem-estar à sua cultura organizacional ganham vantagem competitiva, fortalecendo sua marca empregadora e se destacando na atração de profissionais qualificados.

Conclusão

Portanto, foi possível perceber que a Felicidade Interna Bruta é um índice importante para se repensar o desenvolvimento de um país, pois valoriza aspectos subjetivos e sociais que vão além do crescimento econômico.

Ao considerar fatores como bem-estar psicológico, preservação ambiental, cultura, saúde e educação, a FIB propõe uma visão mais humana e equilibrada de progresso, que também serve para as empresas!

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