Reestruturação organizacional: tipos, etapas e vantagens
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Time Pontotel 5 de dezembro de 2024 Gestão Empresarial

Reestruturação organizacional: estratégias para adaptar sua empresa às mudanças do mercado

Entenda as motivações para a reestruturação organizacional das empresas e as etapas do processo (do início até a adaptação).

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Empresas gigantes como General Electric, Ford e Meta passaram por profundos processos de reestruturação organizacional nos últimos anos. Líderes e acionistas perceberam a necessidade de alinhar as operações dessas organizações às novas exigências dos consumidores e às inovações tecnológicas do mercado.

Mas o fato é que esse processo de transformação não é uma exclusividade de corporações multimilionárias. Empresas de todos os tamanhos estão percebendo que, para se manterem competitivas, precisam estar dispostas a rever sua estrutura, seus processos e, muitas vezes, sua cultura organizacional.

A necessidade de uma reestruturação surge em resposta a uma série de fatores, e as lideranças precisam saber quando é a melhor hora de começar uma grande mudança. Abaixo, confira o que será explicado mais adiante sobre a reestruturação organizacional:

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Descubra qual é a melhor hora de iniciar grandes transformações!

O que é reestruturação organizacional?

A reestruturação organizacional é o processo de revisar e, se necessário, modificar a estrutura interna da empresa — hierarquia dos cargos, cultura organizacional, salários, responsabilidades e até processos operacionais.

Normalmente, a responsabilidade de liderar a reestruturação organizacional recai sobre a alta liderança da empresa, como o CEO ou CFO, que pode contar com ajuda de setores estratégicos, como os departamentos de Recursos Humanos e Finanças.

Toda a reestruturação pode ser concluída em poucos meses, caso as mudanças sejam pontuais. Mas, quando as modificações são mais radicais e profundas, o processo pode levar de um a dois anos para ser totalmente consolidado.

Benefícios de uma reestruturação bem-sucedida

Uma reestruturação organizacional pode ser um divisor de águas para as empresas. Entre as vantagens mais comuns, estão a melhoria na comunicação entre equipes, um aumento na capacidade de inovação, a redução de custos operacionais e uma adaptabilidade mais ágil às dinâmicas do mercado.

Porém, as lideranças não podem deixar de reconhecer que uma reestruturação tende a ser um movimento arriscado, e alcançar profundos e duradouros benefícios com isso exige mais do que apenas boas intenções e planejamento no papel.

Um estudo conduzido pela Bain & Company, que analisou 57 grandes reorganizações, revelou que menos de um terço delas gerou melhorias significativas no desempenho organizacional. Em algumas situações, a reestruturação chegou a destruir valor.

Como destacado pela revista Forbes, as reorganizações bem-sucedidas vão além da simples alteração de hierarquias no organograma e precisam causar um impacto direto nas instâncias decisórias internas:

As reorganizações que funcionam melhor não apenas reorganizam as caixas e linhas em um organograma. Em vez disso, elas melhoram a capacidade de uma empresa de lidar com suas decisões mais importantes. Elas permitem que as pessoas na organização tomem melhores decisões. Elas aceleram a tomada de decisões. Elas também aumentam o ‘rendimento’ ou a proporção de decisões que são executadas efetivamente.

Superar as barreiras para uma reestruturação bem-sucedida não é simples, mas os benefícios que surgem dessa superação são ainda maiores.

Motivos para realizar uma reestruturação organizacional

Planejamento estratégico em quadro de post-its, representando mudanças estruturais.

Segundo um gráfico da Financial Ledger, as razões para a reestruturação organizacional podem surgir tanto de fatores externos quanto de fatores internos. Na lista a seguir, descubra os principais motivos que podem levar uma empresa a passar por esse processo.

Mudanças externas e as tendências de mercado

As empresas operam em cenários de negócios dinâmicos. Fatores externos, como mudanças nas preferências dos consumidores, inovações tecnológicas e flutuações econômicas, podem impactar diretamente operações internas e resultados financeiros.

Eventos globais, como crises econômicas ou pandemias, criam pressões que forçam as empresas a se adaptarem para garantir sua sobrevivência no curto ou médio prazo. A reestruturação, nesse contexto, pode ser uma estratégia para alinhar a organização com as exigências do mercado e assegurar sua competitividade.

Adaptação à transformação digital

Muitas empresas se veem na necessidade de reestruturar suas infraestruturas para integrar ferramentas digitais que melhorem a eficiência e/ou a experiência do cliente. São mudanças que incluem a implementação de sistemas de gestão empresarial (ERP), a automação e o desenvolvimento de canais digitais para interação com o consumidor.

A transformação digital também demanda uma mudança no mindset dos colaboradores e das próprias lideranças, que precisam estar preparados para operar em um ambiente tecnológico em constante mudança.

Expansão ou downsizing

Crescer é um objetivo comum para muitas empresas, mas esse crescimento pode exigir ajustes na estrutura organizacional. Em uma fase de expansão, a empresa pode precisar reorganizar suas equipes, abrir novas unidades ou até adquirir outras empresas para fortalecer sua posição no mercado.

Em outros casos, o downsizing pode se tornar necessário em momentos de crise. O termo refere-se à prática de reduzir o número de funcionários e/ou unidades da empresa com o objetivo de cortar custos e aumentar a eficiência. Embora seja uma medida drástica, pode ser a única maneira de garantir a sustentabilidade financeira.

Ajuste de processos internos e cultura organizacional

Em muitas organizações, a evolução do ambiente de negócios pode revelar lacunas entre a estratégia proposta e a execução efetiva. Quando isso acontece, o ajuste dos processos internos e da cultura organizacional pode ser uma solução.

Uma mudança nos processos internos não pode ser realizada de maneira isolada: a cultura organizacional deve acompanhá-la. Os valores, as crenças e os comportamentos que definem como os colaboradores interagem entre si podem ser um obstáculo à inovação e à adaptação. Por isso, as lideranças podem trabalhar um “novo mindset”.

Tipos de reestruturação organizacional

As várias formas de reestruturação organizacional são aplicadas conforme as necessidades de cada empresa e o contexto em que se encontra. A seguir, estão apresentados os principais tipos de reestruturação:

  • Reestruturação operacional: modifica a estrutura de ativos da empresa, incluindo aquisição de novos negócios, formação de joint ventures, descontinuação de produtos não lucrativos e redução da força de trabalho;
  • Fusões e aquisições (M&A): aquisição de uma participação controladora em outra empresa. As fusões ocorrem entre entidades de tamanho semelhante e resultam em uma nova empresa, enquanto as aquisições envolvem a compra de uma empresa maior;
  • Desinvestimento (cisão e carve-out): venda ou liquidação de ativos, como subsidiárias, para simplificar operações e gerar capital. A cisão e o carve-out permitem maior foco nas atividades principais e flexibilidade operacional;
  • Reestruturação financeira: foca a modificação da estrutura de capital, envolvendo redução de dívida, aumento de dívida para otimização de custos ou recompra de ações. 

Etapas para implementar uma reestruturação organizacional

Planejamento estratégico em quadro de post-its, representando mudanças estruturais.

Todas as decisões em um processo sério de reestruturação são antecipadas por um planejamento por meio do qual é possível identificar áreas que precisam de mudança. A seguir, entenda quais são as etapas indispensáveis desse processo.

Análise da situação atual da empresa

Para dar início ao processo de reestruturação, é imperativo realizar uma avaliação da estrutura organizacional existente, dos fluxos de trabalho, da cultura organizacional e do desempenho financeiro. Algumas estratégias para essa etapa inicial são:

  • Utilize a análise SWOT para mapear vantagens competitivas e vulnerabilidades;
  • Realize benchmarking com empresas do mesmo setor para identificar melhores práticas;
  • Colete dados históricos para comparar tendências de desempenho;
  • Realize entrevistas com colaboradores de diferentes níveis para obter perspectivas variadas.

O objetivo é criar uma base de dados para a identificação das áreas que precisam de reformulação e estabelecer o contexto para as decisões que serão tomadas.

Definição de objetivos claros e mensuráveis

Sem metas bem definidas, a equipe pode se sentir perdida, e os esforços podem se dispersar. Como resultado, a empresa terá um impacto mínimo ou até mesmo retrocessos. 

Os objetivos devem ser desafiadores, mas alcançáveis, e precisam refletir não apenas o que a empresa deseja realizar, mas também as necessidades do mercado e as capacidades internas. 

Veja como definir objetivos claros e estabelecer parâmetros que permitirão à equipe saber exatamente o que se espera alcançar e em quanto tempo:

  • Aplique o conceito de SMART para que cada objetivo seja específico, mensurável, alcançável, relevante e temporal;
  • Realize sessões de brainstorming para identificar prioridades e metas que reflitam as necessidades da empresa;
  • Combine indicadores numéricos com feedback qualitativo para obter uma visão ampla do que precisa ser alcançado;
  • Crie um documento que descreva os objetivos e distribua para toda a equipe.

Atribua a cada objetivo um responsável específico que ficará encarregado de monitorar o progresso e manter a equipe ciente de suas funções.

Desenvolvimento de um plano de ação detalhado

Um plano de ação completo precisa incluir uma descrição das atividades necessárias, prazos, recursos alocados e responsáveis por cada parte do processo. Veja o que será preciso fazer para elaborar esse plano do zero:

  • Utilize o gráfico de Gantt para monitorar o progresso e as interdependências entre as atividades;
  • Defina claramente os papéis e as responsabilidades de todos os colaboradores e faça com que eles saibam o que se espera deles;
  • Realize uma análise de risco para antecipar possíveis problemas e crie planos de contingência para abordá-los.

Não se esqueça de considerar os riscos potenciais e elaborar estratégias de mitigação para lidar com resistências internas e externas. 

Acompanhamento e avaliação contínua

É fundamental pensar em um sistema de monitoramento de KPIs que permita à organização avaliar o progresso em tempo real. Reuniões de avaliação devem ser realizadas para discutir resultados, identificar problemas e realizar ajustes quando necessário. Faça isso para um bom acompanhamento:

  • Utilize plataformas de feedback que permitam aos colaboradores compartilhar suas opiniões e sugestões sobre o processo em andamento;
  • Estabeleça uma cadência de reuniões para revisar os resultados dos KPIs e discutir o que está funcionando e o que precisa de ajustes;
  • Use ferramentas como Asana ou Trello para ajudar a acompanhar o progresso das atividades e garantir que todos estejam na mesma página.

No final das contas, o acompanhamento e a avaliação contínua não são um controle dispensável. Eles são a base para o aprendizado e a adaptação da empresa.

Conclusão 

A reestruturação organizacional, embora seja um processo arriscado de transformação, pode trazer grandes benefícios para as empresas dispostas a enfrentar todos os desafios que ela apresenta.

Identificar as áreas que precisam de atenção é a base para garantir que a reestruturação proposta pelas lideranças não seja apenas uma mudança superficial, mas sim um movimento que traga resultados reais.

Se quiser mais insights sobre gestão corporativa e dicas de tecnologias para as empresas, confira as publicações recentes do blog Pontotel.

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