Ao longo da história, várias desigualdades surgiram, discriminando e marginalizando grupos sociais. Exemplos disso são as pessoas negras ou aquelas que fazem parte de grupos cujas orientações sexuais diferem da heterossexualidade. Como tal problemática reflete nas empresas, é crucial que estas implementem as vagas afirmativas como solução.

A partir dessas vagas, as organizações conseguem combater essas desigualdades sociais e, assim, corrigir injustiças históricas. Isso favorece o desenvolvimento de um mercado de trabalho mais justo e inclusivo, focado, por exemplo, em garantir oportunidades de emprego e isonomia salarial a todos os grupos historicamente prejudicados.

É vital favorecer a diversidade e inclusão em diversos âmbitos sociais, inclusive no mercado de trabalho. Não adotar uma política inclusiva na empresa é uma decisão prejudicial à sua reputação diante de profissionais e consumidores, bem como uma atitude desvinculada de sentimentos como empatia e respeito às minorias marginalizadas.

Para esclarecer os principais pontos sobre o tema, este conteúdo abordará os seguintes tópicos:

• O que são vagas afirmativas?
• Como as vagas afirmativas funcionam?
• Para que servem as vagas afirmativas nas empresas?
• Quais os benefícios das vagas afirmativas nas empresas?
• Qual a diferença entre vaga afirmativa e vaga exclusiva?
• Como ofertar vagas afirmativas?
• O que não fazer ao ofertar vagas afirmativas?
• Qual o papel do RH na oferta e no manejamento das vagas afirmativas nas empresas?

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O que são vagas afirmativas?

As vagas afirmativas, também chamadas de ações afirmativas, são medidas adotadas com o propósito de combater quaisquer tipos de discriminação na sociedade e, ao mesmo tempo, promover a igualdade de oportunidades para as pessoas que fazem parte de grupos sociais historicamente marginalizados, como pessoas negras, LGBT+, PcD e mulheres.

Além de governos e instituições educacionais, as empresas também implementam tais vagas afirmativas. Afinal, as desigualdades estão espalhadas em todos os âmbitos da sociedade, inclusive no mercado de trabalho. Isso só evidencia a importância de as organizações desenvolverem vagas afirmativas para combater essas injustiças.

Como as vagas afirmativas funcionam?

As vagas afirmativas funcionam de formas variadas, já que dependem do contexto social em que estão sendo implementadas. Caso estejam sendo adotadas em uma faculdade, por exemplo, elas podem favorecer a inclusão de pessoas negras tanto no quadro de professores quanto no corpo discente, como no caso das cotas raciais.

O mesmo pode ser feito em empresas, como quando elas aplicam um processo de recrutamento inclusivo focado em atrair não só os melhores talentos do mercado, mas aqueles marginalizados ao longo da história devido aos preconceitos. Elas podem, ainda, promover mulheres capacitadas a cargos de liderança e reduzir as desigualdades salariais.

Para que servem as vagas afirmativas nas empresas?

Como foram historicamente estabelecidas na sociedade, as desigualdades também refletem no ambiente corporativo, tornando-o injusto e preconceituoso. Em outras palavras, as minorias discriminadas, como pessoas trans e de raças distintas, acabam arcando com a segregação no mercado, tendo menos oportunidades de emprego.

Desse modo, o principal objetivo das vagas afirmativas nas organizações é solucionar essa problemática. Isso se dá por meio de ações práticas com o potencial de promover a igualdade e inclusão no local de trabalho, como ofertar vagas de emprego para grupos socialmente discriminados.

Em outras palavras, as vagas afirmativas visam a integração destes profissionais no mercado de trabalho, independentemente de orientação sexual, raça, idade, sexo e quaisquer aspectos que se tornem motivo de preconceito.

Quais os benefícios das vagas afirmativas nas empresas?

Quando se trata do ambiente empresarial, as vagas afirmativas desempenham um papel crucial para os profissionais do mercado. Isso porque é por meio delas que uma empresa consegue assegurar que o local de trabalho será fundamentado na promoção da igualdade de oportunidades a todos os colaboradores. Entenda melhor a seguir.

Desenvolvimento da representatividade

Um dos maiores benefícios de uma empresa que implementa as vagas afirmativas envolve o desenvolvimento da representatividade no quadro de funcionários. Além disso, ela passa a oferecer oportunidades de emprego que atraem talentos de grupos discriminados historicamente na sociedade, bem como os de grupos sub-representados.

Em outras palavras, a empresa passa a ter um quadro de pessoal mais diversificado e inclusivo. Isso reflete em diversos aspectos dela, como presença de representatividade em todos os níveis. Ou seja, não haverá mulheres e pessoas negras trabalhando apenas nos níveis iniciais de um negócio, mas em cargos de liderança e nas tomadas de decisões.

Maior acesso a talentos

Quando uma empresa recruta talentos de grupos discriminados no mercado de trabalho, ela não somente os beneficia com a oportunidade de poder trabalhar como qualquer outro profissional. Ela também beneficia a si, visto que terá um ambiente de trabalho com perspectivas variadas, habilidades diversas e experiências de vida vantajosas ao negócio. 

Isso gera um efeito dominó: ao perceberem o compromisso que uma organização tem com a diversidade e inclusão, outros profissionais talentosos que são parte dos grupos socialmente discriminados desejarão trabalhar nela. O resultado disso é maior sucesso na atração de colaboradores eficientes e na reputação da empresa no mercado.

Melhor compreensão do mercado

A melhor compreensão do mercado, outro benefício das vagas afirmativas, está ligada ao ganho de vantagens competitivas. Um quadro de funcionários diversificado beneficia uma empresa ao compartilhar experiências de vida e perspectivas culturais diferentes na hora de superar desafios. Isso não acontece em empresas com um quadro de pessoal homogêneo.

Essa compreensão aprimorada do mercado também é evidente porque uma empresa inclusiva, por ter funcionários diversos, entende com maior precisão as necessidades das minorias sociais. A partir disso, ela pode criar oportunidades de negócio alinhadas a tais demandas, como desenvolver serviços e campanhas de marketing inclusivas.

Qual a diferença entre vaga afirmativa e vaga exclusiva?

Há diferença entre uma vaga afirmativa e uma vaga exclusiva. Como abordado, uma vaga afirmativa visa proporcionar a diversidade, trazendo oportunidades iguais de emprego aos profissionais de grupos historicamente marginalizados. Tais vagas são adotadas, por exemplo, quando uma organização reserva uma quantidade de cargos para PcD.

Já as vagas exclusivas, como sugere a expressão, são aplicadas estritamente a um grupo, excluindo, assim, os demais. Elas não têm foco exclusivo em gerar diversidade, embora o façam naturalmente, mas, sim, em atender a uma necessidade específica de um negócio, como montar um time diverso para um projeto que exige determinada perspectiva cultural.

Vagas afirmativas são excludentes?

Não, as vagas afirmativas não são excludentes. Pelo contrário, elas têm natureza inclusiva, uma vez que focam em promover a igualdade de oportunidades a todos os grupos marginalizados e sub-representados na sociedade.

Esse pensamento errôneo de que tais vagas são excludentes ocorre, sobretudo, pela desinformação acerca delas, fazendo os profissionais pensarem que elas excluem os que não fazem parte de certo grupo marginalizado. Isso acaba gerando neles o sentimento de discriminação reversa, piorando mais ainda a má interpretação das vagas afirmativas.

Quem pode se candidatar para as vagas afirmativas?

Como brevemente citado, os candidatos às vagas afirmativas são grupos marginalizados. Entre eles, estão PcD, imigrantes, refugiados, negros, indígenas, grupos LGBTQ+, como homens e mulheres trans, grupos de baixa renda, idosos e mulheres, sobretudo mães e gestantes. Cada empresa adotará essas vagas com foco nesses grupos.

Como ofertar vagas afirmativas?

Para ofertar vagas afirmativas corretamente, uma organização precisa aplicar algumas medidas, como avaliar as suas necessidades relativas à inclusão e diversidade mediante a identificação de brechas representativas e desenvolver um efetivo processo de seleção (anunciar vagas em locais frequentados pelos grupos marginalizados, por exemplo).

Junto a isso, o processo de recrutamento deve estar embasado exclusivamente em méritos e qualificações. Isso evita que a empresa acabe selecionando candidatos apenas por serem de determinado grupo estigmatizado em vez de contratá-los por serem profissionalmente capazes de desempenhar um bom trabalho.

O que não fazer ao ofertar vagas afirmativas?

Ao ofertar as vagas afirmativas, uma empresa tem de evitar certas ações prejudiciais, como definir metas irrealistas de diversidade no quadro de pessoal, criar anúncios de vagas com estereótipos dos grupos marginalizados e negligenciar o treinamento de gestores e colaboradores, pois isso impedirá que eles apliquem as vagas afirmativas corretamente.

Qual o papel do RH na oferta e no manejamento das vagas afirmativas nas empresas?

Tendo papel de facilitador, o setor de RH é o encarregado de realizar todas as políticas de vagas afirmativas na empresa. Isso não se resume ao processo de recrutamento, ainda que este deva, sim, evitar a discriminação e focar em proporcionar a inclusão dos grupos estigmatizados.

O time de recursos humanos também é responsável por comunicar a todos os colaboradores da empresa sobre a política de vagas afirmativas, bem como lhes fornecer treinamentos voltados para o desenvolvimento de uma cultura inclusiva por meio da criação de políticas internas e práticas que valorizem a diversidade.

Conclusão

Igualdade de oportunidades no mercado de trabalho: esse certamente é um dos pilares para uma empresa mais justa. E, como foi possível notar ao longo do conteúdo, as vagas afirmativas são indispensáveis para se alcançar isso. O foco delas está em corrigir as desigualdades históricas que, por tanto tempo, afligiram profissionais talentosos.

É importante, no entanto, que um negócio não acabe confundindo as vagas afirmativas com as vagas exclusivas, causando nos profissionais do mercado que não fazem parte de grupos historicamente marginalizados a sensação de exclusão.

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