Carência de talentos: Por que as empresas têm dificuldade de encontrar talentos no mercado de trabalho?
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Time Pontotel 11 de setembro de 2024 Controle de ponto
Carência de talentos: Por que as empresas têm dificuldade de encontrar talentos no mercado de trabalho?
A carência de talentos é um fenômeno global que afeta o mercado. Entenda tudo sobre o problema: o que é, seus efeitos e causas e como driblá-lo.
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O mercado de trabalho mundial lida com uma concorrência corporativa cada vez maior. O número de empresas por nicho cresce constantemente, e elas competem pelo destaque diante do público consumidor. Nesse cenário, as empresas têm sofrido com a carência de talentos. 

Isso porque, por outro lado, enquanto há um crescimento no volume de vagas disponíveis, a quantidade de novos profissionais capacitados no mercado não acompanha esses números. Logo, a disputa por perfis competentes tem se acirrado consideravelmente e já pode ser considerada uma “guerra de talentos“. 

Neste artigo, você vai entender melhor o processo de carência de talentos que assola o universo corporativo global e verá dicas para driblar esse fenômeno na sua organização. Confira a seguir quais serão os tópicos abordados: 

Boa leitura!

Carência de talentos: o que é e o que causa?

Um escritório vazio

A carência de talentos é a escassez de profissionais qualificados no mercado de trabalho. Esse fenômeno é global e tem sido enfrentado pelo mundo corporativo, principalmente, na última década. 

Estatísticas afirmam que só no Brasil, em 2020, já havia uma deficiência de até 8,5 milhões de profissionais, de acordo com um estudo do Boston Consulting Group. 

Apesar de afetar o mercado inteiro, a carência de talentos abala ainda mais determinadas áreas, como é o caso da tecnologia. Segundo um levantamento da Softex — Organização Social Civil de Interesse Público (OSCIP) —, calculava-se que até o final de 2022 haveria uma carência de 408 mil trabalhadores na área. 

O cenário é preocupante, pois o número de vagas de trabalho disponíveis só aumenta. O IBGE contabilizou um crescimento de 1,470 milhão de oportunidades de trabalho apenas no Brasil.

O fenômeno também conhecido como “guerra de talentos” é tão notório que já faz alguns anos que empresas trazem de volta profissionais aposentados para complementar seu quadro de funcionários. 

É importante perceber que essa falta de perfis capacitados para ocupar vagas tem raízes na crise educacional e, junto com ela, foi agravada durante a pandemia. Em outras palavras, existe uma gama de pessoas graduando-se e saindo dos níveis superiores de ensino, mas pouquíssimos possuem alguma qualificação. 

Em 2021, um relatório do Banco Mundial apontou a maior crise educacional já relatada na América Latina e no Caribe: 

“A pobreza de aprendizagem, definida como o percentual de crianças com 10 anos de idade que é incapaz de ler e entender um texto simples, pode ter aumentado de 51 por cento para 62,5 por cento. Isso poderia ser equivalente a adicionar cerca de 7,6 milhões de crianças em idade escolar do ensino fundamental com ‘pobreza de aprendizagem’.”

Problemas como o analfabetismo funcional estão cada vez mais frequentes na educação e, com o ensino remoto e as questões sociais desenvolvidas pela pandemia, eles só aumentaram.

Qual o problema da carência de talentos para as empresas?

Para as empresas, a carência de talentos está diretamente ligada aos resultados da corporação. Uma empresa que não possui uma equipe competente tem seu desempenho afetado, porque o capital humano é o bem mais valioso que existe em um negócio. 

São as pessoas que fazem uma organização funcionar. Se os colaboradores não tiverem uma boa performance, a empresa também não fará boas entregas. Isso gera uma série de problemas, como atrasos, desperdícios financeiros, perda de clientes, falha nos processos, aumento da taxa de turnover e muitas outras questões preocupantes. Todos esses fatores causam prejuízos monetários e na reputação do negócio.

E a tendência é piorar. Com um mercado que só apresenta crescimento de vagas e uma crise educacional que aponta uma baixa progressiva na qualificação de profissionais, a competição pelos talentos vai se acirrando gradualmente e exigindo que as empresas façam mudanças em seus processos seletivos e em suas culturas para atrair e manter os profissionais de alta performance.

Por que as empresas têm dificuldades em encontrar talentos?

Entretanto, é importante entender que, além dos fatores socioeconômicos citados, existe uma série de outros motivos que fazem com que as empresas possuam dificuldades de encontrar os talentos do mercado. Conheça alguns a seguir:

Excesso de vagas

Sim, como foi apontado anteriormente, existe um excesso de oportunidades de trabalho disponíveis, o que não seria ruim se a quantidade de profissionais qualificados tivesse acompanhado esse crescimento. Entretanto, não foi isso que aconteceu. 

É importante entender que, apesar da quantidade, nem todas as vagas são atrativas ou bem pensadas. Mas o volume alto faz com que as empresas precisem disputar entre si para atrair os perfis competentes. 

Erros nos processos seletivos

Um processo seletivo com falhas faz com que as empresas tenham dificuldades em vários pontos. Por exemplo, na atração dos talentos, se a vaga não for construída e divulgada estrategicamente; na seleção dos profissionais, se os recrutadores não estiverem bem preparados e as etapas não forem planejadas para avaliar categoricamente soft skills e hard skills; e na retenção, se a cultura da empresa não estiver pronta para receber e reter aquele talento, estimulando-o a desenvolver todas as suas habilidades.

Empresa não oferece o que o profissional busca

É de se imaginar que, com o crescimento das vagas, os profissionais competentes também estão cada vez mais exigentes. Além disso, deve-se levar em consideração que a pandemia levou muitas pessoas a refletirem sobre suas prioridades. 

Agora, os trabalhadores buscam equilibrar melhor suas vidas profissionais e pessoais, além de empregos que pensem não só nos resultados, mas também no bem-estar de seus colaboradores. E, nesse processo, muitas empresas têm pecado em não oferecer uma boa política de benefícios que podem ser diferenciais importantes para atrair os profissionais de alta performance. 

Fuga de talentos

Por fim, não é só a escassez de qualificação que influencia na carência de talentos. Grande parte das empresas também não estão preparadas para fazer com que os talentos se desenvolvam. 

Pegando o gancho dessa mudança proporcionada pela pandemia, os profissionais qualificados estão procurando empresas onde possam encontrar crescimento e realização profissional. 

Muitas empresas não apresentam essas possibilidades depois da contratação do funcionário por causa das culturas que possuem. Isso gera absenteísmo, baixa no engajamento do colaborador e faz com que ele não se desenvolva nem coloque em prática os atributos que o fizeram ser contratado. A última consequência é a fuga desses talentos. 

Portanto, mesmo que a empresa consiga atrair e selecionar talentos, ela precisa construir uma cultura propícia para a evolução desse profissional.

Dicas para resolver a carência de talentos

Um homem e uma mulher apertando as mãos

Agora que você já sabe o que é a carência de talentos, seu efeito nas empresas e suas causas, chegou a hora de entender quais são as estratégicas que podem ser usadas para driblar esse fenômeno dentro de uma organização. Confira algumas dicas a seguir: 

Estratégia de recrutamento e seleção ágil

Planejar estrategicamente o recrutamento é uma ótima maneira de chamar a atenção dos talentos do mercado. O primeiro passo é construir a vaga com tudo que ela realmente precisa, sem exigir capacitações desnecessárias. Depois, divulgar a oportunidade nas plataformas certas, entendendo onde está o público dessa vaga. 

O terceiro passo é conquistar os profissionais competentes logo na seleção, com um processo seletivo criativo, ágil e que tenha a capacidade de avaliar corretamente as competências necessárias para a vaga. Tente não deixar as etapas enfadonhas, pois isso desmotiva os candidatos. E, por fim, treine bem os recrutadores, para que eles sejam capazes de identificar os verdadeiros talentos. 

Foco no employer branding

Outra estratégia é investir nos atributos da marca que possam fazer ela ser reconhecida como uma boa marca empregadora pelo mercado, ou seja, focar no employer branding

Ações como treinamentos com os colaboradores, planos de carreira, momentos de confraternização e uma boa relação entre lideranças e equipes contam como atrativos para que os talentos do mercado queiram trabalhar na empresa. Além disso, são também incentivos para que os colaboradores melhorem seu desempenho.

Importante lembrar que funcionários satisfeitos costumam fazer propaganda de seus locais de trabalho, trazendo outros perfis competentes para a empresa.

Job description assertivo

Descrever bem a vaga é essencial para ser assertivo na hora de atrair os talentos certos. Afinal, de nada adianta contratar um profissional competente, porém sem as competências necessárias para cumprir a função.

Para isso, antes é preciso fazer uma análise do cargo e das habilidades essenciais para ele. Assim, a oportunidade poderá ser descrita com honestidade e coerência com as atividades que o profissional irá desempenhar, o que facilita inclusive o processo seletivo. 

Programa de benefícios atraente

Oferecer um programa de benefícios atraente para os profissionais é um grande bônus para se destacar em meio a tantas vagas. É importante perceber que disponibilizar auxílio academia, auxílio home office, terapia gratuita, plataformas de ensino, descontos em lojas para consumir cultura e bons vales-alimentação e refeição são todos investimentos, e não gastos.  

Um profissional que vê uma vaga com todos esses benefícios se atrai imediatamente, pois, como mencionado anteriormente, qualidade de vida passou a ser uma prioridade. 

Cultura organizacional saudável

Para reter um colaborador capacitado, ele precisa, além de sentir que tem possibilidade de crescimento no local, sentir também que está em um ambiente saudável.

Ou seja, a cultura da empresa deve priorizar fatores como comunicação assertiva, lideranças competentes, uma equipe de Recursos Humanos atenta às necessidades dos colaboradores e outras questões que afetam no clima organizacional

Feedback constante

Por fim, dar feedbacks constantes é essencial para manter os funcionários cientes de seus desempenhos. Essa prática provoca o desenvolvimento dos colaboradores e conta pontos importantes para o employer branding da empresa. É também uma técnica que ajuda a qualificar profissionais que talvez não sejam tão capacitados.

Qual a importância da atração e retenção de talentos?

Investir em atração e retenção de talentos significa encontrar profissionais, entre muitos que estão qualificados, para desempenhar o cargo disponível. Quando bem feito, esse processo eleva os resultados da empresa, pois atrai e seleciona os candidatos mais competentes. 

Entretanto, se não for realizado estrategicamente, nem tiver o apoio de todos os outros fatores já citados nesse artigo para encontrar e reter os talentos, traz prejuízos incontáveis para a empresa. 

Uma empresa que não dá a devida importância a esse processo corre o risco de sofrer com altas taxas de rotatividade, baixa produtividade das equipes, lideranças despreparadas, desperdícios financeiros, erros de comunicação e falha nas entregas. Ou seja, isso gera um cenário caótico, pois toda a empresa depende da capacidade de seu capital humano. 

Conclusão

Uma mulher sentada com a aparência de cansaço

Pode-se concluir, a partir de toda essa análise, que a carência de talentos é um fenômeno consequente de muitos fatores, tanto socioeconômicos quanto de falhas nas empresas. Portanto, as organizações que souberem lidar com esse problema irão se destacar diante dos profissionais competentes. 

Assim, entende-se que a carência de talentos pode ser a ruína de empresas que não aplicarem melhorias nos seus processos de recrutamento e seleção, como foco no employer branding, adoção de feedbacks constantes e promoção de um programa de benefícios atraente. 

Isso porque essas organizações vão estar sujeitas a construir um quadro de funcionários não qualificados o suficiente, gerando consequências diretas nos resultados do negócio. Logo, há prejuízos monetários e para a reputação da empresa.

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