Empresa familiar: entenda como funciona, seus tipos, vantagens e dicas de como gerir
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Time Pontotel 25 de março de 2024 Departamento Pessoal
Empresa familiar: entenda como funciona, seus tipos, vantagens e dicas de como gerir
A empresa familiar é um modelo de organização em que cargos administrativos ou posições-chave são ocupados por membros da mesma família.
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A proximidade e a confiança entre familiares impulsionam frequentemente a criação ou a expansão de empreendimentos. Essa maneira de trabalhar junto da família é conhecida como empresa familiar, e é algo bastante comum no Brasil.

De acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 90% das empresas no Brasil operam sob o modelo familiar.

Essas empresas são responsáveis por cerca de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e contam com cerca de 75% da força de trabalho. São números que revelam o enorme peso e a influência das empresas familiares na economia brasileira.

No entanto, gerenciar um negócio em família apresenta desafios específicos, desde o enquadramento jurídico até a definição dos papéis de cada membro na organização e, principalmente, a sucessão de poder na estrutura organizacional.

Para ajudar empreendedores e profissionais de RH a entender o modelo de empresa familiar, este artigo explicará tudo sobre como funciona esse tipo de organização, seus desafios e suas vantagens. Confira, a seguir, os tópicos que serão explicados mais adiante:

Continue e tire suas dúvidas sobre empresas familiares!

O que é uma empresa familiar?

Empresa familiar é um tipo de negócio no qual a gestão e a propriedade estão ligadas a membros de uma mesma família. É como se fosse um empreendimento em que pais, filhos, irmãos ou outros parentes trabalham juntos para administrar e fazer o negócio crescer.

O que diferencia uma empresa familiar das outras é essa relação bem próxima entre os membros da família e o negócio. Geralmente, a confiança e os valores compartilhados são aspectos importantes nesse tipo de empresa.

Outra característica marcante é a transmissão do comando e dos negócios para as próximas gerações da família. A ideia é que a empresa permaneça ativa e próspera ao longo do tempo, passando de pais para filhos e assim por diante.

Estrutura e composição de uma empresa familiar: como funciona?

A alocação de cargos em uma empresa familiar é um processo flexível, muitas vezes determinado por uma série de fatores, como habilidades individuais, experiência profissional, nível de educação, interesse dos membros da família e, em alguns casos, até mesmo acordos prévios estabelecidos entre os familiares. 

Quanto ao enquadramento jurídico, a criação de uma holding familiar é uma estratégia comum no caso de empresas familiares no Brasil. A holding é uma sociedade que agrupa bens e investimentos de uma família, geralmente sob a forma de uma empresa de responsabilidade limitada (Ltda.) ou uma sociedade anônima (S.A.).

Ao consolidar os ativos familiares na holding, os bens deixam de ser propriedades de pessoas físicas e passam a ser representados por cotas ou ações da empresa. É um enquadramento jurídico que oferece vantagens em termos de gestão patrimonial, planejamento sucessório, proteção dos ativos e possibilidade de expansão dos negócios.

Mas existem diferentes tipos de holding. Por exemplo, além da tradicional, há a holding mista, que administra participações em outras empresas e ainda desempenha atividades operacionais, especialmente na área de serviços. 

Também existe a holding derivada, que surge quando uma empresa já existente se transforma em uma holding para gerenciar os ativos familiares. Em todos os casos, essa estratégia facilita a gestão dos bens e permite uma maior profissionalização na administração dos negócios da família.

Quais as vantagens e os desafios de ter uma empresa familiar?

Ter uma empresa familiar traz consigo uma série de vantagens especiais que diferenciam esse modelo de negócio:

  • A confiança mútua e o conhecimento profundo uns dos outros podem resultar em uma equipe coesa e comprometida;
  • As empresas familiares muitas vezes têm uma perspectiva de longo prazo, e isso permite que tomem decisões estratégicas que podem beneficiar não apenas o presente, mas também as futuras gerações;
  • A cultura da empresa reflete os valores e as tradições familiares para a criação de um ambiente de trabalho único, com princípios bem definidos e um sentimento de pertencimento entre os colaboradores.

Embora haja vantagens, existem também desafios inerentes à gestão de uma empresa familiar, como:

  • A mistura de questões familiares e profissionais pode levar a conflitos. Disputas entre parentes podem surgir, muitas vezes tornando complexo separar as questões pessoais das profissionais;
  • Planejar a sucessão é um dos desafios mais críticos. Decidir quem poderá liderar a empresa no futuro e como essa transição ocorrerá pode ser delicado e gerar tensões familiares;
  • Equilibrar laços familiares com a profissionalização necessária para a administração pode ser um desafio. Por exemplo, decidir se recrutar talentos externos ou capacitar membros da família para funções-chave costuma ser um dilema.

Para superar esses desafios e aproveitar tudo que esse modelo tem a oferecer, é necessário adotar cuidados específicos na gestão de uma empresa familiar.

Quais são os tipos de empresa familiar?

Homem e mulher conversando enquanto seguram um tablet

As empresas familiares não seguem um único molde. Existem diferentes tipos que se distinguem pela forma como são estruturadas e administradas, como uma empresa familiar híbrida e uma de investimento. Cada modelo apresenta diferentes níveis de envolvimento da família e profissionalização na gestão. 

A seguir, descubra quais são os principais tipos de empresa familiar e as características gerais de cada uma.

Empresa familiar tradicional

Essas empresas têm características mais conservadoras do ponto de vista administrativo. Geralmente, são de capital fechado e todo o controle administrativo e financeiro é mantido exclusivamente pela família. As decisões estratégicas e operacionais são tomadas por membros da família, muitas vezes sem a presença de gestores externos.

Empresa de trabalho familiar

Nesse tipo de organização, a gestão é uma combinação entre propriedade e gestão familiar. Os membros da gestão são sempre da família, e há um forte incentivo para que os parentes se envolvam diretamente nas decisões administrativas da empresa.

Empresa de administração familiar

Aqui, todos os membros da família têm influência no controle do negócio, mas aqueles que ocupam funções de gestão são capacitados e preparados para isso. Os diferenciais são a busca por habilidades profissionais e a meritocracia. Assim, os melhores talentos assumem cargos de liderança com base em competências e experiência.

Empresa familiar híbrida

Esse modelo apresenta uma abertura um pouco maior em comparação aos tipos anteriores. O quadro societário pode ser aberto para investidores externos, mas o controle efetivo permanece com a família. Além disso, a gestão pode incluir profissionais não familiares em cargos de liderança para agregar conhecimentos externos no negócio.

Empresa de influência familiar ou de investimento

Nesse tipo, a maior parte do controle das ações da empresa está nas mãos de terceiros, embora os familiares mantenham o controle estratégico. Isso significa que os membros da família podem não participar ativamente da gestão do negócio, apesar de deterem o maior controle sobre ele.

Sucessão de poder na empresa familiar: como funciona?

A sucessão de poder em uma empresa familiar não é apenas uma mudança de líder, é uma transição que envolve cuidado, planejamento e muita conversa entre os membros. Como não há uma legislação específica que detalhe como esse processo deve ocorrer, a sucessão é feita considerando as particularidades de cada grupo familiar e empresarial.

Em geral, os gestores da empresa precisam desenvolver estratégias e políticas internas de sucessão, o que pode incluir a definição de critérios para seleção de sucessores, planos de treinamento e capacitação para os membros mais jovens.

Durante todo o processo, um clima de diálogo ajuda a tratar dos conflitos existentes, além de prever eventuais conflitos futuros. Os herdeiros devem compreender que estão ingressando não apenas na posse de uma empresa, mas em uma sociedade empresarial composta por indivíduos com responsabilidades e interesses compartilhados. 

Como funciona a participação de sócios menores de idade?

Conforme a Instrução Normativa n.º 81, datada de 10 de junho de 2020, a admissão de sócios menores em sociedades limitadas é garantida por lei, desde que representados pelos pais ou responsáveis legais (se estiverem entre os 16 e 18 anos), ou assistidos (se forem menores de 16 anos).

Quando um menor entre 16 e 18 anos é admitido como sócio em uma empresa familiar, a representação pelos pais ou responsáveis legais é obrigatória. Isso confere a eles o direito de participar das decisões da empresa.

Para o menor de 16 anos, a representação pelos genitores ou tutor é requerida para a participação como sócio na empresa. Entretanto, mesmo nessa condição, o menor de idade não está autorizado a assumir responsabilidades de gerência ou administração, pois a legislação resguarda os menores de 16 anos dessas responsabilidades.

Papéis dos membros da família na empresa

Três pessoas conversando

A ocupação dos familiares na rotina de uma empresa familiar pode ser baseada em critérios objetivos, como competências para determinadas funções, mas, em outros casos, a tradição e a hierarquia familiar podem acabar tendo um peso ainda maior.

Confira, logo abaixo, alguns papéis comuns que podem ser atribuídos a um membro da família na hierarquia interna da empresa.

Empregado

Muitos membros da família ocupam posições como funcionários comuns. Eles desempenham funções específicas na organização, sem possuir necessariamente uma participação direta nas decisões estratégicas ou na propriedade da empresa.

Sócio financeiro 

Alguns familiares têm uma participação financeira na empresa, mas não estão envolvidos diretamente na administração. Eles são considerados sócios financeiros como qualquer outro, porque possuem participação acionária ou cotas, mas não estão envolvidos na tomada de decisões diárias da empresa.

Sócio executivo

Sócios executivos são os membros da família que têm um papel ativo na administração e na tomada de decisões da empresa. Eles podem ocupar cargos de liderança, como CEO, diretor, gerente ou outras funções-chave na organização.

Cuidados e dicas para a gestão de uma empresa familiar

Um dos primeiros passos para a gestão de uma organização familiar é estabelecer os cargos e as responsabilidades de cada membro da família. Os gestores devem definir quem está encarregado de quais departamentos, além de detalhar as tarefas de cada um. Essa transparência ajuda a evitar conflitos e ambiguidades na tomada de decisões.

Outros passos importantes são preparar, com treinamento, os sucessores para assumirem papéis-chave na empresa e oferecer oportunidades de desenvolvimento para os membros mais jovens da família.

Em todo o processo, é necessário que a gestão seja conduzida imparcialmente, sem favoritismos ou tratamentos desiguais entre os membros da família. As decisões devem ser tomadas com base no mérito para promover uma cultura organizacional justa e equitativa.

Por fim, uma comunicação aberta por parte das lideranças sobre os planos e problemas da empresa reduz a probabilidade de mal-entendidos e conflitos. Quando todos sabem o que está acontecendo, é mais fácil trabalhar juntos e evitar desentendimentos.

Conclusão

A gestão de uma empresa familiar pode ser um empreendimento vantajoso, desde que as lideranças se mantenham atentas aos desafios relacionados ao enquadramento jurídico da organização, à sucessão de poder e à transparência nas relações de trabalho.

As vantagens inerentes a uma empresa familiar, como a coesão e a confiança, são os pilares que sustentam o negócio através das gerações. Contudo, a preparação para a sucessão é um dos maiores desafios para garantir a transição tranquila e a preservação dos valores e objetivos que sustentam a identidade da empresa.

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