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Time Pontotel 7 de novembro de 2025 Gestão de Pessoas

Neomania no ambiente de trabalho: o que é, exemplos e impactos nas empresas

Entenda o que é neomania, como ela afeta o ambiente corporativo e os riscos dessa obsessão pelo novo nos resultados das empresas.

Imagem de Neomania no ambiente de trabalho: o que é, exemplos e impactos nas empresas

A inovação é um dos principais motores de crescimento das empresas. Afinal, adotar novas tecnologias e formas de conduzir os negócios é fundamental em um mercado cada vez mais competitivo. Porém, líderes e profissionais precisam ter cuidado para não caírem na armadilha da chamada neomania.

Este artigo vai explicar o que significa esse termo, sua relação com o trabalho e seus impactos no ambiente corporativo. Para isso, serão abordados os seguintes tópicos:

Boa leitura!

O que é neomania?

A neomania pode ser entendida como a obsessão pelo novo. Popularizado pelo escritor Nassim Taleb, o termo descreve a tendência de adotar ideias, métodos ou práticas unicamente por serem recentes, sem avaliar de forma crítica seu verdadeiro valor ou impacto.

O conceito foi apresentado pelo escritor Nassim Taleb no livro “Antifrágil. Ele alerta que cultuar a novidade sem reflexão pode causar mais impactos negativos do que positivos

Neomania e o ambiente corporativo

Profissional planejando novas estratégias, refletindo o comportamento impulsionado pela neomania no ambiente corporativo

A neomania no trabalho surge quando empresas e colaboradores tomam decisões motivadas apenas pela ideia de novidade. Esse comportamento costuma refletir a ideia equivocada de que a transformação constante é a única forma de manter a competitividade e sobreviver no mercado.

Nesse contexto, cresce a pressão para adotar metodologias da moda ou seguir tendências sem avaliar se elas realmente trazem resultados. Assim, o que deveria impulsionar o crescimento, muitas vezes, acaba levando a escolhas precipitadas.

Exemplos práticos da neomania nas empresas

A neomania pode ser percebida em várias ações na rotina das empresas. Normalmente, ela fica evidente quando líderes e gestores adotam novidades sem entender as necessidades reais do negócio. Nesses casos, os impactos tendem a ser negativos. 

Veja alguns exemplos de situações que refletem a neomania no trabalho:

Adoção constante de novas ferramentas

A Pesquisa Global com Investidores 2024, realizada pela PwC em 24 países, incluindo o Brasil, mostra que a mudança tecnológica é o principal fator de transformação para quase 80% dos investidores brasileiros.

Investir em novas soluções digitais não é um erro. O problema surge se a decisão do investimento é baseada mais no hype do mercado do que em uma deficiência clara do sistema atual. 

Esse caso é um exemplo clássico de neomania. E quando essa decisão não é embasada em critérios claros, como integração com outros sistemas ou aderência às rotinas do time, a organização pode enfrentar vários problemas, como fadiga, dificuldade de adaptação e até baixa produtividade.

Trocas excessivas de processos

A neomania também se manifesta quando processos internos que funcionam bem, como a aprovação de orçamentos ou a integração de novos colaboradores, são reformulados a cada novo modismo de gestão. 

Nesse cenário, a mudança deixa de ser uma resposta a problemas reais e passa a ser um fim. Ou seja, a empresa muda processos apenas “por mudar”. Como resultado, a equipe passa a viver em um estado de insegurança operacional, o que leva a erros, retrabalho, desorientação e queda de produtividade

Adoção apressada de metodologias sem adaptação adequada

Outro exemplo comum é a adoção de metodologias como Scrum, OKRs ou design thinking apenas porque estão em alta ou porque grandes empresas as utilizam. No entanto, quando isso é feito sem estudo prévio, muitas organizações acabam copiando modelos externos sem adaptá-los à própria realidade, porte ou cultura. 

Nesse caso, em vez de gerar valor, a iniciativa provoca frustração na equipe, especialmente quando os colaboradores não participam do processo de adaptação. Como resultado, as práticas são vistas como mais uma “moda passageira”, o que gera descumprimento e até desconfiança em relação a futuras mudanças. 

Quais são os impactos da neomania no ambiente de trabalho?

Equipe demonstrando cansaço e desmotivação, ilustrando os impactos negativos da neomania nas empresas e na produtividade.

Quando a busca por inovação não é devidamente controlada, ela pode se tornar uma fonte de fragilidade organizacional. Entenda as consequências negativas desse quadro para a empresa.

Dificuldade em consolidar processos e rotinas

A introdução constante de novas ferramentas, metodologias e fluxos de trabalho impede que as pessoas se adaptem e que qualquer processo amadureça. E sem esse tempo para se estabilizar, as rotinas nunca se tornam realmente eficientes.

Como resultado, a equipe não desenvolve expertise nem identifica oportunidades de melhoria contínua, já que está sempre recomeçando do zero. E isso gera instabilidade e inconsistência nos resultados.

Perda de foco estratégico nas metas da empresa

Em vez de direcionar seus esforços para alcançar os objetivos estratégicos da empresa, os funcionários gastam sua energia se adaptando continuamente a mudanças muitas vezes desnecessárias. Ou seja, a neomania desvia a atenção para atividades internas de reestruturação, fazendo com que a empresa perca competitividade no mercado.

Queda de produtividade causada por mudanças constantes

A adoção de uma nova ferramenta ou processo exige tempo de adaptação, treinamentos e ajustes na rotina. Quando isso acontece com frequência, os times gastam mais energia aprendendo “o novo” do que entregando resultados. O resultado é perda de eficiência, atraso em projetos e até dificuldade de reter talentos.

Desgaste emocional e aumento da ansiedade dos colaboradores

A instabilidade gerada pela neomania também impacta diretamente o bem-estar da equipe. A sensação de que nada é permanente aumenta o estresse, gera frustração e pode até contribuir para o crescimento de indicadores como absenteísmo e turnover

Afinal, os funcionários se sentem inseguros e desvalorizados, já que esse conhecimento acumulado é frequentemente descartado em favor do “novo”. Esse desgaste emocional impacta diretamente o engajamento, a satisfação e, consequentemente, a retenção de talentos.

Além disso, esse culto pela inovação também pode fortalecer o chamado etarismo, postura que empobrece a diversidade nos times e compromete a continuidade do conhecimento.

As diferenças geracionais também nos impulsionam. Se as empresas souberem lidar com a realidade de ter quatro gerações no mercado de trabalho, e souberem gerir de fato as pessoas, isso tem muito a acrescentar no dia a dia e na tomada de decisão”, lembra Lara Avelino, analista de RH e psicóloga organizacional.

Conclusão

A neomania é a obsessão por adotar novidades, como tecnologias, metodologias ou processos, apenas por serem novas, sem avaliar a sua real necessidade. No contexto corporativo, essa busca desmedida pelo novo distorce a verdadeira cultura da inovação, que se transforma em um ciclo de mudanças constantes e superficiais.

Para as empresas, esse comportamento pode gerar vários problemas, como dificuldade de consolidar processos, perda do foco estratégico, queda da produtividade e desgaste dos colaboradores. 

Por isso, qualquer mudança no ambiente corporativo precisa ser estudada e planejada com cuidado, garantindo seu alinhamento com a cultura organizacional e com as práticas já consolidadas no negócio. Isso é fundamental para uma verdadeira cultura da inovação.Gostou do conteúdo? Aprenda mais sobre gestão de empresas no blog Pontotel!

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