Quiet thriving é a prática de adotar pequenas mudanças intencionais no dia a dia para aumentar engajamento, bem-estar e satisfação no trabalho, sem depender de mudanças externas.
Diferente de movimentos mais reativos como o quiet quitting, o conceito gira em torno de uma escolha ativa: crescer silenciosamente, a partir de pequenos ajustes pessoais e profissionais que aumentam o senso de propósito no dia a dia corporativo.
A expressão ganhou força nos Estados Unidos por volta de 2022, quando a terapeuta Lesley Alderman descreveu o termo no Washington Post, ao comentar que muitos trabalhadores estavam tentando encontrar satisfação e engajamento mesmo em situações adversas.
Essa tendência reflete uma mudança de mentalidade nas relações de trabalho, especialmente entre Millennials e Geração Z, que buscam mais significado e menos exaustão.
Este artigo aborda o quanto o “quiet thriving” reflete uma mudança de mentalidade nas relações de trabalho, e como profissionais têm buscado pequenas práticas de autocuidado e formas de melhorar o próprio dia dentro da empresa. Também será discutido o papel do RH, e como ele é decisivo para transformar essa atitude individual em cultura organizacional.
A seguir, o que este artigo abordará sobre o tema:
- O que é quiet thriving? Qual a tradução?
- Quiet thriving vs. quiet quitting: qual a diferença prática?
- Como praticar quiet thriving no trabalho (passo a passo)?
- Benefícios de “prosperar silenciosamente” para profissionais e empresas
- Como líderes e RH podem incentivar quiet thriving?

Continue a leitura para começar a entender melhor sobre essa nova tendência!
O que é quiet thriving? Qual a tradução?
Quiet thriving significa “prosperar silenciosamente” dentro do trabalho, por meio de pequenas ações que aumentam o bem-estar no trabalho, o engajamento e a motivação.
O termo vem da junção de quiet (silencioso) e thriving (prosperando), e representa uma postura ativa, não uma reação defensiva.
O conceito está diretamente ligado ao bem-estar emocional no trabalho, já que prosperar exige reconhecer o que aumenta energia, foco e satisfação pessoal.
“O bem-estar é um conceito complexo, pois não possui uma única matriz de análise. Cada indivíduo é único. É necessário analisar a disposição, a energia e a capacidade produtiva das pessoas para entender o que é bem-estar para elas. Isso envolve diversos pontos de ativação no dia a dia, como a relação com líderes, pares, colegas de trabalho, e assim por diante.”, afirma Bruno Rodrigues, CEO e cofundador da GoGood.
Essa visão reforça que quiet thriving depende de identificar os fatores que realmente influenciam a experiência de cada pessoa dentro da empresa.
Por que o tema ganhou força entre Gen Z e Millennials?
O termo se popularizou entreGen Z e Millennial, porque nessas gerações há um desejo crescente de controle emocional e trabalho com propósito. Muitas delas cresceram em contextos de crise (pandemia, insegurança econômica, burnout digital) e não se identificam com modelos tradicionais de sucesso profissional.
Para esses grupos, crescer silenciosamente é uma alternativa mais sustentável à lógica da superexposição. É uma forma de desenvolvimento interno, que valoriza autonomia, significado e saúde mental, em vez de metas agressivas ou hierarquia de cargos. Segundo a Deloitte, 46% da Gen Z e 39% dos Millennials afirmam que saúde mental é uma das suas prioridades no trabalho.
Quiet thriving vs. quiet quitting: qual a diferença prática?

Enquanto quiet quitting representa uma retirada silenciosa do engajamento (fazendo apenas o mínimo necessário), o quiet thriving envolve a escolha de crescer em silêncio, com ações proativas para melhorar a experiência de trabalho.
A diferença central está na intenção. O primeiro é um afastamento; o segundo, uma aproximação ativa.
Quem pratica o quiet quitting tende a se proteger do estresse e da sobrecarga de trabalho.
Já quem adota o quiet thriving busca reformular a relação com o trabalho, sem depender de promoções ou mudanças externas. É a diferença entre sobreviver e prosperar silenciosamente.
Como praticar quiet thriving no trabalho (passo a passo)?
Quiet thriving não é uma mudança radical, mas um ajuste intencional na forma como você se relaciona com o trabalho.
Envolve alinhar rotinas, atitudes e prioridades ao que faz sentido para você, sem depender de mudanças externas ou validação constante.
A seguir, veja um passo a passo prático para cultivar mais propósito, equilíbrio e autonomia no seu dia a dia profissional.
Job crafting: por onde começar?
Job crafting é o processo de adaptar o próprio trabalho para torná-lo mais alinhado ao seu perfil. Ele ajuda a recuperar o senso de autonomia e transformar o cargo em algo que faça mais sentido para as pessoas.
Isso inclui:
- Reorganizar tarefas para focar mais o que traz motivação;
- Ajustar a forma como se interage com colegas e gestores;
- Ressignificar o propósito do seu cargo, conectando-o a algo maior.
A ideia é deixar de ser um executor automático e passar a ser um agente ativo na construção da própria rotina.
Micro-hábitos de energia e bem-estar
Prosperar silenciosamente também exige energia emocional estável. E isso é sustentado por micro-hábitos diários que evitam o acúmulo de estresse. Algumas práticas incluem:
- Definir pausas conscientes entre reuniões;
- Utilizar técnicas de respiração antes de tarefas exigentes;
- Criar rituais de encerramento ao fim do expediente.
Pausas curtas durante o expediente (os chamados “micro-breaks”) podem ajudar a reduzir a fadiga mental, mesmo em atividades de alta demanda cognitiva. Incorporar esses momentos de recuperação ajuda a manter o engajamento de forma sustentável ao longo do dia.
Relações e segurança psicológica
Relações saudáveis são essenciais para o quiet thriving. É preciso cultivar confiança no trabalho, escuta ativa e cultura colaborativa. Ambientes com segurança psicológica permitem que pessoas expressem dúvidas, ideias e desconfortos sem medo de julgamento.
Líderes têm um papel-chave na criação desse ambiente, mas cada colaborador também pode agir para tornar suas relações mais abertas e respeitosas.
Limites e autonomia negociada
É essencial saber estabelecer limites claros e negociar expectativas para evitar o esgotamento profissional. O quiet thriving não é sobre fazer mais, mas fazer melhor e com consciência.
Isso inclui:
- Negociar prazos de forma realista;
- Dizer “não” quando necessário;
- Alinhar entregas com objetivos pessoais e organizacionais.
Benefícios de “prosperar silenciosamente” para profissionais e empresas
O quiet thriving traz ganhos diretos para o bem-estar do colaborador e para a performance das equipes, fortalecendo engajamento e reduzindo o turnover sem exigir grandes mudanças organizacionais.
Benefícios para profissionais
Para o colaborador, prosperar silenciosamente significa recuperar energia emocional e desenvolver um relacionamento mais saudável com o trabalho. Entre os principais impactos estão:
- maior satisfação e senso de propósito;
- redução de estresse e melhor equilíbrio emocional;
- aumento de autonomia e clareza sobre prioridades;
- mais motivação e fluidez ao executar tarefas.
Benefícios para empresas
Já para as organizações, o quiet thriving se traduz em equipes mais estáveis, engajadas e produtivas, com menos riscos de burnout ou rotatividade. Os resultados incluem:
- clima organizacional mais positivo;
- menor absenteísmo;
- redução de custos com turnover e reposições;
- maior consistência na entrega e na colaboração entre times
Segundo o relatório da Gallup (2023), equipes com alto nível de engajamento são 23% mais lucrativas e possuem 81% menos absenteísmo, números que reforçam como práticas de autoconsciência, segurança psicológica e bem-estar impactam diretamente a performance do negócio.
Como líderes e RH podem incentivar quiet thriving?

RHs e lideranças podem promover o quiet thriving criando estruturas de escuta empática, autonomia e cultura de reconhecimento. Mais do que campanhas pontuais, o incentivo ao prosperar silenciosamente exige atenção a sinais de comportamento, abertura para ajustes individuais e um ecossistema que permita pequenas evoluções contínuas.
Para isso, é importante mapear métricas e sinais de progresso que indicam se os colaboradores estão realmente engajados, mesmo que de forma discreta.
Também é essencial conhecer os erros mais comuns cometidos por lideranças e RHs, que muitas vezes enfraquecem a estratégia por falta de alinhamento ou abordagem top-down.
Nos tópicos a seguir há orientações de como medir, ajustar e sustentar o quiet thriving de forma prática e genuína.
Métricas e sinais de progresso
Para identificar se os colaboradores estão prosperando silenciosamente, é possível observar:
- Nível de iniciativa em projetos;
- Participação ativa em rituais da equipe;
- Feedbacks espontâneos e solicitações de desenvolvimento.
Ferramentas como pulse surveys, check-ins individuais e análise de engajamento digital são úteis para mapear esse progresso. O objetivo não é medir produtividade em excesso, mas monitorar bem-estar e motivação de forma contínua e humanizada.
Erros comuns e como evitá-los
Apesar das boas intenções, muitas iniciativas de quiet thriving falham por abordagens equivocadas ou interpretações distorcidas do conceito.
Os principais erros são:
- Forçar o conceito como obrigação: o quiet thriving deve ser uma escolha pessoal;
- Ignorar sinais de burnout: prosperar não é sobre ignorar exaustão;
- Transformar o conceito em modismo vazio: sem ações concretas, o termo perde impacto.
A melhor forma de incentivar é criar um ecossistema que valorize pequenas melhorias, reconheça esforços sutis e abra espaço para ajustes pessoais na jornada de trabalho.
Conclusão
O quiet thriving não é uma tendência passageira, mas um movimento de adaptação saudável no ambiente de trabalho e carreira profissional. Ao praticá-lo, colaboradores assumem a liderança da própria experiência, enquanto empresas se beneficiam de uma cultura mais humana, flexível e sustentável.
Para RHs e líderes, entender e apoiar esse processo pode ser a chave para criar equipes mais engajadas e resilientes no longo prazo.
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