É bem provável que você já tenha escutado o conceito de que líderes já nascem prontos. Mas, na verdade, acredita-se que a liderança é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Ao longo dos anos, os tipos de liderança passaram a ser estudados por especialistas no tema.
A forma de liderar tem impacto direto na maneira como os gestores se relacionam com sua equipe. Os tipos de liderança distintos ocorrem, principalmente, porque as pessoas são diferentes e possuem um conjunto variado de características.
O estilo de liderança depende ainda do mindset da empresa. Em companhias mais conservadoras, será mais difícil contar com líderes liberais, enquanto nas mais modernas, esse perfil pode ser melhor explorado.
Neste artigo você entenderá o conceito, quais são os tipos de liderança organizacionais, quais as características principais de um líder e como a forma de liderar influencia no trabalho da equipe. Veja:
- O que é liderança?
- Quais são os principais tipos de liderança?
- Como ser um bom líder no ambiente de trabalho?
- Principais características de um bom líder
- Como os tipos de liderança influenciam no trabalho das equipes?
- Qual a relação entre gestão de pessoas e liderança?
- Como o RH pode influenciar o crescimento dos tipos de liderança nas organizações?
Está interessado? Então, continue a leitura!
O que é liderança?
Primeiro, é importante entender que liderança refere-se ao perfil de comportamento e, por isso, o termo foi adotado no mundo corporativo para tratar os profissionais que ocupam um cargo de gestão.
A definição mais aceita de liderança é a habilidade de inspirar e despertar vontades e efeitos positivos nas pessoas. Desta forma, ser um líder não está relacionado apenas à vida profissional, mas também pessoal.
A liderança é, então, a capacidade de influenciar o comportamento de outras pessoas para que elas deem o melhor de si nas tarefas que estão desempenhando. Por esse motivo, no ambiente de trabalho, pessoas com essas características passam a assumir cargos de gestão.
O problema ocorre justamente quando o gestor não tem habilidades para ser líder, pois confundir a liderança com um papel de autoridade é bastante comum nas empresas. O fato é que nem todo gestor é líder nem todo líder ocupará um cargo de gestão.
Anteriormente, acreditava-se que a liderança nascia com o cidadão que, normalmente, tinha uma personalidade forte, além de se relacionar bem socialmente e ser considerado inteligente.
Porém, ao longo do tempo, especialistas e estudiosos do assunto derrubaram a teoria e demonstraram que é possível desenvolver as habilidades e competências necessárias para se tornar um líder. Essas características podem ser adquiridas por meio de criação de novos hábitos e treinamentos específicos, desde que seja de interesse de um cidadão.
Quais são os principais tipos de liderança?
O que muitos não sabem é que a liderança não é uma só. Existem diversos tipos de liderança, que dependem de uma série de fatores, como a forma de se relacionar com a equipe e ainda o organograma da empresa.
Além disso, vale destacar que, muitas vezes, um líder pode exercer mais de um dos tipos de liderança, pois é possível mesclar as características de cada um deles. Para isso, cada gestor precisará analisar as necessidades do seu time e do seu negócio e ainda entender em qual seu perfil se encaixa melhor para que exerça uma boa liderança.
Abaixo, foram elencados os principais estilos de liderança e quais são as especificidades de cada um deles. Confira:
Liderança autocrática
Esse é um dos modelos mais rígidos. O líder autocrático deseja que seu time obedeça às ordens e faça exatamente aquilo que foi solicitado. Este tipo de liderança é comumente utilizado por militares.
Os focos principais são na eficiência e no resultado, e o líder, normalmente, é visto como uma pessoa autoritária e rígida, pois exige que os processos sejam seguidos da forma que foi determinado.
Geralmente, os liderados têm pouco ou nenhum poder na tomada de decisão, sendo o gestor responsável por dar as ordens. O líder autocrático costuma dividir as deliberações com um grupo muito pequeno de colegas de confiança.
À primeira vista, esse tipo de liderança pode ser interpretada como negativa, porém, pode ser benéfica para instituições nas quais muitas regras precisam ser respeitadas. A liderança autocrática também pode ser positiva para equipes formadas por profissionais inexperientes, que precisam de orientação e supervisão.
Em qualquer outro cenário, com um líder autocrático é provável que haja um descontentamento da equipe, pois não há espaço para criatividade e autonomia.
Liderança liberal
Essa liderança é o oposto da anterior. Nela, o líder confia plenamente na equipe, porque acredita que os colaboradores já possuem a maturidade e a experiência necessárias para a realização do trabalho, e não precisam de acompanhamento. O gestor com esse perfil não toma decisão e não se compromete, deixando a tomada de decisão para os liderados.
O ponto negativo deste modelo é que a falta de orientação e o excesso de liberdade pode resultar em baixa produtividade, já que os profissionais podem até não estar mal-intencionados, mas podem acabar se perdendo na divisão e na realização das tarefas pela ausência do líder.
Apesar de o gestor acreditar que está dando liberdade para o profissional desenvolver a autonomia, a ausência em excesso do olhar do gestor faz com que a equipe perca o foco nas demandas, desenvolva um senso de individualismo e não respeite a liderança.
Liderança democrática
A palavra da vez na liderança democrática é o equilíbrio. Este líder dá a liberdade para que o profissional tome decisões e traga ideais para a equipe, todavia, o controle do time e as decisões mais importantes continuam sob a responsabilidade do gestor.
A interação com os liderados é uma característica presente neste modelo, e o gestor democrático costuma capacitar e aconselhar os membros da equipe. Há espaço para debate de ideias e troca de experiências.
A liderança democrática tem se mostrado bastante efetiva, pois cria um senso de responsabilidade nos profissionais, sem impactar os índices de produtividade.
Liderança coaching
Um formato mais recente de liderança é a de coaching. Esse líder tem o papel de enxergar as habilidades de cada liderado e os ajudar no seu desenvolvimento. O foco do seu trabalho é na motivação dos profissionais para que alcancem o máximo do seu potencial.
O feedback constante é uma importante ferramenta na liderança coaching, pois cria uma relação de confiança entre o líder e o subordinado. É realizado um processo de autoavaliação no qual os liderados identificam seus próprios pontos fortes e de melhoria, para que, junto com o líder, melhorem o seu desempenho.
Liderança situacional
Neste modelo de liderança, a postura do líder dependerá diretamente da maturidade demonstrada pelo liderado. Os estudiosos Hersey & Blanchard afirmam que há pelo menos quatro níveis de maturidade do profissional, que correspondem a uma média de suas características combinadas: competência e empenho.
Cada um desses níveis exigirá uma postura diferente do líder situacional, que será bem-sucedido à medida que consegue adaptar o seu comportamento para se adaptar aos profissionais subordinados. De acordo com a análise feita pelo gestor, cada colaborador irá exigir uma postura diferente, que pode ter foco na direção e na orientação ou no apoio e no incentivo.
Sendo assim, quatro combinações são possíveis:
- Liderados com baixa competência e alto empenho exigem que o líder forneça direção para desenvolver suas habilidades;
- Subordinados com muita competência, mas pouco empenho precisam de direção e estímulo para continuar a desenvolver as habilidades e restabelecer a motivação;
- Liderados com alta competência e empenho variável necessitam que o líder forneça apoio para estimular a motivação e a autoconfiança;
- Subordinados com alta competência e alto empenho devem receber responsabilidades.
Liderança motivadora
Este estilo de liderança é baseado na realização das tarefas rotineiras e na motivação exercida pelo líder para alcançar os resultados planejados. Os líderes com esse perfil estão sempre animados e têm o papel de contagiar os colaboradores com o mesmo espírito de otimismo.
Normalmente, a equipe se sente confiante para expor suas ideias, pois é motivada pelo gestor, que demonstra confiança na capacidade de seus subordinados. Além disso, o líder motivador também costuma reconhecer o trabalho realizado pela equipe, criando um ambiente amigável entre os membros do time.
Outra característica importante é que esse gestor também assume a responsabilidade dos problemas e mantém a postura diante de crises.
Liderança carismática
A liderança carismática é baseada especialmente em uma característica: o carisma. Esse gestor propõe um ambiente leve de trabalho, costuma ter bom humor e tratar os liderados com igualdade e atenção, independentemente do cargo que cada um ocupa.
Esse líder não precisa abusar do poder para que as tarefas sejam executadas conforme suas decisões, entretanto, é preciso encontrar um equilíbrio para que o carisma não seja confundido com falta de postura de liderança. Um líder carismático pode se tornar liberal se não achar este ponto ideal.
Liderança técnica
O líder técnico costuma basear sua gestão nos seus conhecimentos sobre a operação e a performance do negócio. Também conhecida como liderança operacional, esse modelo tem foco em dar o exemplo de como o liderado deve exercer suas tarefas.
Esse gestor tem um alto nível de capacitação operacional e, por isso, tem a confiança dos colaboradores e das pessoas que estão acima na hierarquia, pois sabem que é um profissional que entrega os resultados esperados.
Como ser um bom líder no ambiente de trabalho?
Para ser um bom líder, o profissional que almeja ocupar um cargo de gestão precisa desenvolver competências e habilidades que serão exigidas. Algumas características podem até ser naturais ao ser humano, entretanto, outras podem ser treinadas e desenvolvidas como será abordado no item a seguir.
Além disso, mesmo uma pessoa que já ocupa um papel de liderança precisa estar atenta à movimentação do mercado, para que possa se atualizar junto com o perfil de liderados e as necessidades da companhia.
Uma empresa que está passando por uma modernização, por exemplo, provavelmente, não irá mais precisar de líderes autoritários, esperando uma liderança democrática. É possível, por exemplo, que um gestor não tenha uma característica forte de autoridade, mas com uma equipe inexperiente, exercer liderança autocrática seja necessário.
Logo, não existe ainda um modelo ideal de liderança, mas é imprescindível que o líder saiba adaptar-se ao cenário em que se encontra ou entenda em quais empresas e equipes, o tipo de liderança que ele possui pode ser mais benéfico e promissor.
Principais características de um bom líder
Como já foi falado, existem muitos tipos de lideranças organizacionais. Porém, algumas características e comportamentos são indispensáveis para quem deseja se tornar um bom líder.
“Como líderes, temos que constantemente saber como motivar as pessoas e ensiná-las a lidar com as novas tecnologias que vão surgindo.” – Daiane Jales – Coordenadora de Suporte na Pontotel
A fala da especialista enfatiza que uma boa liderança envolve muito mais do que caracteristicas inerentes as hard skills. Confira abaixo alguns itens que não podem deixar de estar presentes em um líder.
Transparência
A transparência com a equipe é primordial para o sucesso de um líder, pois os profissionais liderados precisam ter confiança no seu gestor. A falta de sinceridade pode criar um ambiente inseguro para os colaboradores e, consequentemente, falta de motivação e queda na produtividade.
Facilidade para trabalhar em equipe
Sem dúvidas, essa é uma das principais características para se tornar um bom líder, afinal, todo gestor terá uma equipe para orientar e interagir diariamente.
Logo, caso você tenha dificuldades em se relacionar, mas queira ocupar um cargo de liderança, busque desenvolver habilidades como empatia e inteligência emocional, que irão te ajudar a trabalhar melhor em equipe.
Alta concentração e proatividade
A capacidade de concentração é muito importante para um líder, porque precisará a todo tempo fazer a priorização de tarefas, organizar a rotina da equipe e manter um alto nível de produtividade.
Além disso, a proatividade também é essencial, principalmente para a antecipação de problemas e a tomada rápida de decisão. O líder deve estar sempre atento para fazer análises das situações e agir quando for necessário para solucionar situações ou sugerir novas ações na empresa.
Possuir relação interpessoal
Ter uma boa rede de relacionamento também é uma característica primordial para quem deseja exercer a liderança. O gestor está em contato com outros profissionais o tempo todo, logo, quanto melhor for sua relação com os demais colaboradores, melhor será a relação de confiança e a comunicação entre líder e liderados.
Possuir comportamento inspirador
Como foi citado no início deste artigo, a pessoa que é líder inspira as demais. Logo, é necessário sempre buscar motivar os liderados e fazer isso dando o exemplo, demonstrando não apenas como fazer bem o trabalho, mas também como se portar diante das dificuldades e como celebrar as conquistas.
Como os tipos de liderança influenciam no trabalho das equipes?
O modelo de liderança exercido pelo gestor tem impacto direto no comportamento dos colaboradores, e pode prejudicar ou melhorar os resultados alcançados pela equipe.
Um líder super autocrático pode provocar desmotivação dos profissionais, que passam a se sentir desvalorizados pela falta de confiança e, consequentemente, não entregam o que é esperado.
Por outro lado, excesso de liberdade pode fazer com que os liderados não tenham um bom nível de comprometimento e tenham uma postura inadequada, não exercendo corretamente as tarefas.
Sendo assim, o líder deve sempre observar o comportamento da sua equipe, para identificar quando a sua forma de liderar pode estar prejudicando o desempenho do time.
Qual a relação entre gestão de pessoas e liderança?
Apesar de os dois conceitos estarem relacionados às pessoas de uma empresa, existe uma diferença entre gestão de pessoas e liderança. Enquanto a primeira tem um olhar mais amplo para a gestão dos recursos humanos da companhia, a segunda tem um olhar específico para a equipe e o desenvolvimento dos talentos.
Elas estão interligadas porque o líder terá um papel importante nas estratégias de gestão, como o de identificar potenciais novos líderes e de saber o momento de treinamentos, pois o desenvolvimento dos colaboradores também passa por uma boa administração dos recursos da empresa.
Como o RH pode influenciar no crescimento dos tipos de liderança nas organizações?
A equipe de recursos humanos tem papel fundamental no desenvolvimento de lideranças e na definição de tipos de liderança dentro das empresas. O setor pode auxiliar na identificação das necessidades dos colaboradores, dos times e ainda pode indicar com mais clareza o que é adequado para a empresa como um todo.
Normalmente, os tipos de liderança precisam ter um fit cultural com a empresa, e o RH pode identificar quais modelos são mais promissores para o negócio, assim como observar quais profissionais têm esse perfil esperado.
“Grande parte das pessoas, estou falando de cerca de 70% delas, que saem voluntariamente do trabalho, o fazem por causa da dinâmica direta com seu líder direto.”
É o que afirma Bruno Rodrigues – CEO e cofundador da GoGood. Nesse contexto, o RH pode desempenhar um papel importante que é o de manter o clima organizacional e garantir que as relações de liderança e liderados estão em sintonia para que as coisas se mantenham em ordem.
O RH também pode ajudar com as métricas e os dados coletados por eles, a fim de desenvolver os líderes da companhia.
Conclusão
Como este artigo demonstrou, a liderança é um conceito que vai muito além de ocupar um cargo de gestão de uma empresa. Trata-se de um comportamento do ser humano que tem a capacidade de inspirar e motivar as outras pessoas, podendo ser desenvolvido.
No ambiente corporativo, existem diversos tipos de liderança, e eles podem trazer vantagens e desvantagens para a equipe.
Cada líder pode ter habilidades e competências para exercer os diferentes estilos, porém, é essencial saber identificar quando é preciso mudar ou mesclar os tipos de liderança, para adequar-se à empresa ou à equipe que está sendo gerida e conquistar a confiança dos subordinados.
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