Domínio da IA no trabalho é pré-requisito de contratação
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Time Pontotel 18 de agosto de 2025 Gestão Empresarial

Domínio da IA no trabalho: descubra por que empresas preferem profissionais que sabem usar essa tecnologia na prática

Entenda por que o domínio da IA no trabalho já é exigido por empresas, o que diz a lei, os riscos e como avaliar essa habilidade.

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O avanço da tecnologia e a queda global da produtividade estão levando empresas do mundo inteiro a repensarem o perfil dos seus funcionários, e o impacto disso deve ser a transformação do mercado. A tendência é que profissionais com domínio da IA no trabalho sejam cada vez mais valorizados.

Segundo o relatório “Futuro dos Empregos, do Fórum Econômico Mundial (WEF), a habilidade de trabalhar com IA e ferramentas de Big Data será uma das competências mais requisitadas nos próximos anos. Por isso, as empresas devem priorizar a requalificação e a contratação de profissionais com essas capacidades.

Mas até que ponto as empresas podem exigir esse tipo de conhecimento? Para discutir esse assunto e ajudar empresas a se adaptarem a esse novo cenário do mercado de trabalho, este artigo abordará os seguintes tópicos:

Boa leitura!

O domínio da IA já é requisito mínimo para contratação?

Sim, isso já é uma realidade. Segundo relatório da Microsoft em parceria com o LinkedIn, nos últimos oito anos, a contratação de profissionais com domínio em inteligência artificial no trabalho cresceu 323% em todo o mundo.

Além disso, mais de 55% dos líderes empresariais entrevistados estão preocupados com a dificuldade de encontrar talentos qualificados nessa área para preencher as vagas até 2025.

Por que a IA deixou de ser diferencial e virou exigência em algumas áreas?

Essa tendência reflete vários fatores. Um deles é a queda da produtividade global. Com a redução desse indicador em diversos países, as empresas estão buscando maneiras de fazer mais com menos. E a IA surgiu como uma das soluções mais promissoras para melhorar a eficiência, reduzir custos e acelerar entregas.

Outro fator que impulsiona essa mudança é o movimento crescente em favor da adoção da IA nas organizações. Grandes empresas, como Meta, Duolingo e Shopify, já estão utilizando a IA em seus processos internos e exigindo explicitamente que seus colaboradores dominem essas ferramentas. 

Essa mudança de postura por parte das empresas líderes de mercado cria um efeito cascata em todo o ecossistema profissional. Não por acaso, o relatório “Futuro dos Empregos” também mostrou que 65% dos trabalhadores já estão buscando requalificação em IA. 

Empresas podem exigir conhecimento em IA nos processos seletivos?

Robô futurista com design avançado de inteligência artificial, destacando a mão mecânica e detalhes tecnológicos em uma estética moderna e inovadora

Sim, as empresas não só podem, mas já estão exigindo conhecimento em IA nos processos seletivos. Do ponto de vista legal, não há impedimento para que o domínio de inteligência artificial seja incluído como critério de seleção. No entanto, as organizações precisam adotar alguns cuidados. Entenda a seguir:

O que diz a legislação sobre exigência dessas competências?

A legislação trabalhista não define especificamente quais competências podem ou não ser exigidas durante o processo seletivo. Por isso, a jurisprudência entende que a exigência de habilidades técnicas compatíveis com a função é plenamente permitida.

No entanto, essas competências devem estar diretamente relacionadas às atividades do cargo e serem aplicadas de forma justa e transparente. 

Na prática, isso significa que uma empresa pode recusar um candidato que não domine ferramentas de IA, caso esse conhecimento seja essencial para a execução das tarefas da vaga. 

Como grandes empresas estão estruturando essas exigências na prática?

Grandes empresas que lideram a transformação digital já entenderam que apenas exigir domínio em IA no trabalho não é suficiente para obter bons resultados. Elas perceberam que é fundamental estruturar essas exigências com planejamento, clareza de propósito e suporte interno.

Isso porque acelerar a adoção dessa tecnologia sem promover mudanças internas e reestruturar os fluxos de trabalho pode gerar o efeito contrário. Para se ter uma ideia, segundo estudo que entrevistou mais de 1.400 executivos, 66% desses profissionais estavam insatisfeitos com o progresso de suas organizações no uso de IA.

Esse dado mostra que a exigência de domínio em inteligência artificial como requisito profissional deve ser feita de forma gradual, e não como resultado de uma decisão abrupta. O ideal é combinar a introdução progressiva dessas habilidades com uma estrutura sólida de governança para reduzir riscos.

Quais áreas e cargos que mais valorizam habilidades com IA hoje?

A inteligência artificial deixou de ser uma habilidade exclusiva de técnicos ou profissionais de TI. Atualmente, essa competência também faz parte do escopo de cargos estratégicos nas áreas de gestão, comunicação e operações. Veja a seguir quais setores e profissões mais valorizam esse conhecimento:

Profissões que exigem IA como parte do escopo

Diversas profissões já incorporam o uso da IA como parte do trabalho cotidiano, e essa tendência deve se intensificar nos próximos anos. Confira algumas das principais profissões em que o domínio da tecnologia é uma exigência prática:

  • Cientista de dados;
  • Analista de dados;
  • Analista de qualidade;
  • Especialista em investimentos;
  • Especialista em cibersegurança;
  • Desenvolvedor de software;
  • Engenheiro de produto;
  • Consultor de transformação digital.

Funções que adotaram IA como ferramenta de produtividade

Segundo Tuanny Honesko, coordenadora de marketing da Feedz, “a inteligência artificial só vai substituir quem não sabe usar, assim como qualquer tecnologia.”. Por isso, muitas profissões têm adotado a IA como aliada para aumentar a produtividade. Conheça algumas delas a seguir:

  • Profissionais do marketing;
  • Analistas de dados e de negócios;
  • Desenvolvedores e profissionais de TI;
  • Profissionais de RH e recrutadores;
  • Profissionais relacionados ao atendimento ao cliente;
  • Jornalistas, redatores e criadores de conteúdo;
  • Advogados;
  • Professores;
  • Gestores e líderes de equipe.

Novas profissões emergentes com a IA generativa

Com o avanço da inteligência artificial generativa, novas profissões estão surgindo ou ganhando força. Confira a seguir algumas das profissões emergentes diretamente ligadas a essa tecnologia e com alto potencial de crescimento nos próximos anos: 

  • Engenheiro de prompt (prompt engineer);
  • Especialista em IA;
  • Designer de experiência de IA (AI UX Designer);
  • Desenvolvedor de aplicações com IA generativa;
  • Especialista em ética em IA;
  • Gerente de produtos de IA;
  • Engenheiro de software com foco em IA;
  • Cientista de dados com foco em IA generativa;
  • Psicólogo especializado em bem-estar digital;
  • Desenvolvedor de realidade aumentada/virtual com IA.

Como o domínio em IA pode ser avaliado nos processos seletivos?

As empresas precisam adaptar seus processos de recrutamento para identificar candidatos com habilidades reais em IA. Para isso, o setor de Recursos Humanos (RH) deve avaliar as competências práticas e as experiências aplicadas desses profissionais. Essa análise pode ser feita por meio de estratégias como:

  • Aplicação de testes práticos, com simulações e resolução de problemas envolvendo IA, como “prompt challenges”, análises com ferramentas inteligentes e criação de automações simples;
  • Solicitação de portfólios e/ou projetos reais, como repositórios no GitHub, cases de sucesso e relatos do uso prático da IA para resolver desafios do dia a dia profissional;
  • Condução de entrevistas técnicas e comportamentais, com foco em tecnologia, avaliando a mentalidade data driven, a adaptabilidade e a ética no uso da inteligência artificial.

Por que as soft skills continuam essenciais na era da IA?

As soft skills continuam sendo indispensáveis no mercado de trabalho, mesmo diante da revolução trazida pela inteligência artificial. Isso porque, por mais avançadas que sejam as ferramentas de IA, elas ainda dependem de pessoas capazes de usá-las com inteligência, propósito e responsabilidade.

Essa capacidade está diretamente ligada a habilidades como empatia, adaptabilidade, ética, criatividade, pensamento crítico e comunicação. São elas que permitem interpretar dados com sensibilidade, tomar decisões conscientes, fazer as perguntas certas e utilizar a IA como uma aliada, não como substituta.

Quais os riscos de exigir IA sem preparo interno?

Exigir que os funcionários tenham domínio de IA no trabalho sem o devido preparo interno pode trazer mais prejuízos do que benefícios para as empresas. Um dos principais riscos dessa abordagem é a sobrecarga dos profissionais.

Quando a organização espera que todos dominem ferramentas de IA sem oferecer treinamento, tempo ou suporte adequado, os colaboradores tentam aprender por conta própria, muitas vezes fora do expediente. Isso pode elevar os níveis de estresse, reduzir a produtividade e até levar ao esgotamento mental.

Além disso, exigir esse conhecimento sem critérios bem definidos pode comprometer a diversidade dos times, prejudicando a reputação da empresa e a sua capacidade de inovação e crescimento no mercado. 

Outro risco é cair na armadilha do modismo tecnológico. Algumas empresas passam a exigir competências em IA apenas porque o tema está em alta, sem avaliar se essa habilidade é realmente necessária para a função. 

O resultado pode ser processos seletivos desalinhados, contratações frustradas e investimentos sem retorno.

Como implementar habilidades em inteligência artificial nas empresas?

Grupo de jovens sorrindo e interagindo com dispositivos digitais em ambiente moderno, promovendo tecnologia e conexão social.

Para implementar habilidades em IA nas empresas, é importante integrar a tecnologia à rotina de trabalho de forma planejada, criando processos em que humanos e IA atuem juntos como parceiros. E essa transformação exige uma mudança de mentalidade e de estrutura nas organizações

Para que isso funcione na prática, líderes de RH e gestores devem assumir o controle dessa transição, definindo como a IA será usada, quem será responsável por ela e como garantir que seu uso seja ético, produtivo e seguro.

Conclusão

O domínio da IA no trabalho se tornou uma das habilidades mais exigidas por muitas empresas. Essa demanda é impulsionada pela busca por eficiência e produtividade, além das iniciativas adotadas por grandes players do mercado.

Legalmente, essa exigência é permitida, desde que esteja relacionada às atribuições da função e seja claramente descrita no anúncio da vaga. Para avaliar o domínio em IA durante a seleção, muitas empresas têm adotado práticas como testes práticos, simulações com ferramentas generativas, análise de portfólios e entrevistas técnicas.

No entanto, cobrar esse conhecimento sem preparo interno pode trazer riscos, como a sobrecarga dos colaboradores e a redução da diversidade nos processos seletivos. Por isso, implementar habilidades em IA dentro da empresa exige mudança de mentalidade, reestruturação e planejamento estratégico.

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