Ter funcionários mais produtivos é o desejo de qualquer empresa. E há várias maneiras de se conseguir isso, como aplicar treinamentos, fornecer benefícios corporativos e outros. Além dessas possibilidades, porém, também há o estímulo ao essencialismo, ferramenta igualmente poderosa para aumentar a produtividade no trabalho.
Eliminar distrações, automatizar processos, focar no que é essencial: esses são só alguns dos aspectos relevantes envolvendo o essencialismo. Todos eles, porém, tornam as equipes de um negócio mais produtivas na realização de projetos e tarefas, além de beneficiá-las de outras formas.
Contudo, mesmo com tantos pontos positivos do essencialismo no ambiente de trabalho, é primordial entender a sua origem, a sua popularização ao longo do tempo e a sua implementação nas empresas.
Para esclarecer e exemplificar os principais aspectos desse tema, este conteúdo abordará os seguintes tópicos:
- O que é o essencialismo?
- O que é o essencialismo no ambiente de trabalho?
- Qual a importância do essencialismo no trabalho?
- Como aplicar o essencialismo no trabalho?
- Quais são os benefícios do essencialismo no trabalho?
- Qual o papel do RH para inclusão do essencialismo no trabalho?
Tenha uma boa leitura!
O que é o essencialismo?
O essencialismo é uma abordagem filosófica que afirma que todas as coisas têm essência intrínseca e fundamental que define a sua natureza, ou seja, que define uma qualidade única que nunca pode ser mudada. Um exemplo disso é o ser humano, cuja essência é ser racional e moral, e uma cadeira, cuja essência é ter quatro pernas e um assento.
É necessário destacar que o conceito de essencialismo divide-se em três ideias principais. A primeira é que a natureza está dividida em coisas diferentes e singulares. O ser humano, por exemplo, é fundamentalmente distinto dos objetos inanimados, bem como dos outros animais e plantas.
A segunda ideia é que as diferenças que existem entre as coisas são eternas, necessárias e jamais podem ser mudadas ao longo do tempo. Por exemplo, independentemente do lugar ou da época, a essência de ser racional e moral do ser humano permanece a mesma.
Por último, a terceira ideia, que trata da universalidade das coisas, diz que todas as coisas têm essência, logo, diferenciam-se entre si por isso. Voltando ao exemplo das cadeiras, mesmo que tenham formas e tamanhos diversos e sejam feitas de materiais diferentes, elas continuam sendo cadeiras porque possuem um assento e quatro pernas.
Como surgiu o essencialismo?
O surgimento do essencialismo ocorreu na Grécia Antiga com os filósofos gregos Platão e Aristóteles, uma vez que ambos acreditavam e defendiam a ideia de que todas as coisas possuíam uma essência, fator responsável por definir o que cada coisa era.
Tomando como base o exemplo envolvendo o ser humano, a racionalidade faz dele um ser vivo; dessa forma, quando ele morre, deixa de ser um ser humano porque a sua racionalidade, a essência que o tornava quem era, deixou de existir.
É importante destacar como esse termo acabou se tornando popular com o tempo, ganhando novas aplicações e nuances. Nesse sentido, tem-se o livro publicado em 2014 chamado de “Essentialism: The Disciplined Pursuit of Less”, que, traduzido, significa “Essencialismo: a busca disciplinada pelo menos”.
Na obra, o autor, Greg McKeown, propõe uma abordagem para simplificar a vida e, ao mesmo tempo, focar em fazer o que importa. O conceito gira em torno de saber o que é essencial e o que não é essencial, sobretudo em uma sociedade repleta de demandas e alternativas. Ou seja, não se trata de fazer menos coisas, mas de fazer aquelas essenciais.
O que é o essencialismo no ambiente de trabalho?
Quando implementado no ambiente de trabalho, o essencialismo é uma abordagem para os colaboradores conseguirem se concentrar em realizar as tarefas essenciais para alcançar os objetivos em vez de investir esforços em tarefas que não são prioridades.
De forma prática, o essencialismo no trabalho se dá por meio de certas medidas. São elas:
- Definir objetivos, ou seja, o que o colaborador precisa alcançar com um projeto ou atividade;
- Identificar todas as tarefas essenciais para que esse objetivo seja alcançado;
- Eliminar as tarefas que não são essenciais — e algumas formas de fazer isso é automatizando-as, delegando-as para outras pessoas ou mesmo eliminando-as;
- Concentrar-se nas tarefas essenciais, já que as distrações foram neutralizadas.
Qual a importância do essencialismo no trabalho?
Como citado, por meio do essencialismo, os funcionários de uma empresa conseguem se concentrar nas tarefas de fato essenciais ao passo que eliminam, delegam ou automatizam aquelas que não são. O benefício direto disso é o ganho de produtividade desses colaboradores no cotidiano de trabalho. Isso gera, ainda, maior satisfação profissional.
Em outras palavras, a importância do essencialismo está no fato de ele ser uma eficiente alternativa para se atender todas as demandas de trabalho. Afinal, ao focar na execução de tarefas essenciais, os colaboradores passam a entregar projetos e atividades no tempo determinado e com ótima qualidade. Há mais foco e menos estresse.
Como aplicar o essencialismo no trabalho?
Para aplicar o essencialismo no trabalho, é importante que se adotem certas medidas envolvendo tarefas, gestão e metas. Confira-as a seguir.
Priorização de tarefas
Priorizar tarefas é um dos fatores fundamentais quando se trata de aplicar o essencialismo. Isso assegura que os colaboradores realizem as tarefas mais importantes para alcançar certo objetivo. Uma forma eficiente de fazer essa priorização é usar a matriz de Eisenhower, técnica que classifica as tarefas em importantes e urgentes.
Aprender a dizer “não”
Outra medida crucial para aplicar o essencialismo é aprender a dizer “não”, afinal, essa é uma forma de os colaboradores não assumirem tarefas que não são essenciais. Essa atitude precisa ser tomada pelo colaborador após uma avaliação das prioridades e um alinhamento com o que é mais importante em dado momento.
Boa gestão do tempo
A gestão de tempo também tem impacto no essencialismo, pois os funcionários conseguem alocar o tempo que possuem para realizar as atividades essenciais. Para fazerem isso, no entanto, eles devem saber quais são essas atividades, priorizá-las, dizer “não” às demais e usar as melhores técnicas de gestão de tempo.
Também é vital que eles deleguem atividades, estabeleçam limites de tempo e se desapeguem do perfeccionismo, já que realizar tarefas com eficiência é melhor do que perder tempo tentando fazê-las com perfeição.
Estabelecimento de metas claras
Estabelecer metas claras é outra maneira de aplicar o essencialismo no trabalho, por auxiliar os colaboradores a direcionar o foco e a energia nas atividades essenciais. Nesse caso, algumas ações são cruciais, como estabelecer metas SMART (metas específicas, mensuráveis, atingíveis e relevantes) e dividi-las em tarefas menores.
Delegação inteligente
Por fim, a delegação inteligente também é uma maneira de implementar o essencialismo no local de trabalho: após identificar as tarefas que podem ser delegadas, o próximo passo é escolher os colaboradores adequados para realizá-las.
Essa escolha tem de considerar algumas características que eles possuem, como habilidades profissionais e experiências.
Quais são os benefícios do essencialismo no trabalho?
Como abordado anteriormente, o essencialismo no trabalho gera uma diversidade de pontos positivos, tanto para a empresa quanto para os funcionários. Entenda as vantagens a seguir.
Aumento da produtividade
O ganho de produtividade é um dos benefícios mais buscados com a aplicação do essencialismo no trabalho. O que explica isso é que, após focar as tarefas essenciais, o quadro de pessoal torna-se capaz de reduzir as distrações, aumentando a concentração, e gerir melhor o tempo, beneficiando a alocação de esforço nas atividades críticas.
Melhor tomada de decisões
O processo de tomada de decisões dos funcionários também se torna mais ágil e eficiente. Com o essencialismo, os colaboradores diminuem o número de alternativas envolvidas em uma tomada de decisões. Isso não apenas acelera o processo decisório, como o torna mais assertivo.
Outro aspecto do essencialismo que melhora a tomada de decisões é que os colaboradores conseguem alinhar tais decisões com aquilo que é essencial em determinado momento. Isso aumenta a confiança deles na hora de decidirem algo, agilizando o processo.
Redução do estresse e da sobrecarga
A redução do estresse e da sobrecarga também é um ponto alto de aplicar o essencialismo. Por exemplo, quando os colaboradores eliminam as tarefas não essenciais, há menor chance de eles ficarem sobrecarregados e sob pressão. Além disso, eles também têm menos distrações na tomada de decisões, evitando a ansiedade pelo excesso de opções.
Qual o papel do RH para inclusão do essencialismo no trabalho?
Para haver uma aplicação eficiente do essencialismo no ambiente de trabalho, o papel do setor de recursos humanos é fundamental. Por exemplo, o setor terá de promover programas de treinamento e capacitação, como workshops, que fornecerão as noções de como os funcionários podem aplicar o essencialismo no dia a dia de trabalho.
Somado a isso, o setor de RH também tem importância na implementação de meios que corroborem com o essencialismo. Isso envolve a introdução de certas ferramentas, como os sistemas de colaboração, e processos, como as metodologias de gestão de tempo.
Conclusão
Como foi possível conferir ao longo do texto, o essencialismo, que teve sua origem na Grécia Antiga, popularizou-se com o tempo e passou a ser implementado no ambiente corporativo, em que assumiu algumas particularidades e importâncias.
Afinal, ao ser implementado em uma organização — processo que, como abordado, precisa ser feito pelo time de recursos humanos —, os colaboradores tornam-se mais produtivos, satisfeitos e livres de complicações de saúde, como o estresse.
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