O fim do home office é um assuntoque vem ganhando espaço em debates dentro e fora das empresas. Após anos de adaptação ao trabalho remoto, sinais de um movimento de retorno ao modelo presencial têm chamado a atenção de gestores e colaboradores.
Grandes companhias já anunciaram mudanças, enquanto outras ainda avaliam os impactos dessa decisão no engajamento, na produtividade e na cultura organizacional. A discussão envolve diferentes pontos de vista e revela uma transição que pode afetar milhões de profissionais em todo o país.
Neste texto, será possível descobrir se o fim do home office é uma tendência real e quais fatores, como desempenho das equipes, custos operacionais e mudanças na legislação, podem estar por trás dessa possível reversão. Confira os tópicos que serão abordados:
- Em que contexto o home office se popularizou?
- O home office está realmente chegando ao fim?
- Por que algumas empresas estão encerrando o home office?
- Quais os riscos do retorno abrupto ao modelo presencial?
- O que diz a legislação sobre o fim do trabalho remoto?
- Como decidir pelo fim ou continuidade do home office?
- Como o RH pode conduzir o processo de retorno presencial?

Tenha uma boa leitura!
Em que contexto o home office se popularizou?
Engana-se quem pensa que o home office é uma invenção recente e pós-pandemia. Ainda na década passada, empresas inovadoras já adotavam esse modelo como forma de ampliar a autonomia das equipes e reduzir custos operacionais.
Graças ao avanço das tecnologias de gestão e comunicação, trabalhar à distância tornou-se mais eficiente e flexível. Esse cenário impulsionou mudanças estruturais nas organizações e abriu espaço para novas formas de atuação profissional.
“Com o trabalho remoto, os funcionários têm mais autonomia para organizar seus horários, o que contribui para uma melhor eficiência e produtividade.”, comenta Carla Souza, coordenadora de marketing da Pontotel.
O home office está realmente chegando ao fim?

Embora algumas empresas estejam planejando o retorno ao trabalho presencial, muitas outras mantêm o modelo remoto ou híbrido devido aos benefícios comprovados, como flexibilidade, redução de custos e maior satisfação dos funcionários.
Essa permanência é carregada, ainda, pelo desejo dos colaboradores, que muitas vezes preferem trocar de emprego por outro que ofereça trabalho remoto. Segundo pesquisa do Grupo Top RH com Infojobs, 85,3% dos profissionais brasileiros estariam dispostos a trocar de emprego por mais dias de home office semanalmente.
É provável que o futuro do trabalho não seja totalmente presencial nem totalmente remoto, mas uma combinação que atenda às necessidades de organizações e colaboradores, buscando equilíbrio entre produtividade e qualidade de vida.
Portanto, o fim do home office ainda não é uma realidade concreta, mas o modelo pode passar por mudanças significativas ao longo do tempo.
O que dizem os dados mais recentes
Os números mais recentes reforçam a percepção de que o trabalho remoto vem perdendo força no Brasil.
Levantamentos de diferentes fontes mostram um movimento claro de retomada do modelo presencial e um espaço ainda restrito para vagas totalmente remotas no país.
- Segundo a Gupy, até junho de 2024, apenas 5% das vagas divulgadas eram para home office;
- A maioria das oportunidades, cerca de 87,2%, era destinada ao trabalho presencial;
- As contratações presenciais subiram de 55 mil em abril de 2023 para 87 mil no mesmo mês de 2024;
- Já o IBGE aponta que somente 8,3% dos trabalhadores brasileiros atuam exclusivamente de forma remota.
Pressão por retorno: produtividade, cultura ou controle?
Para algumas empresas, a decisão do retorno ao presencial é justificada na busca por ganhos de produtividade e preservação da cultura. Em outras, prevalece a sensação de controle proporcionada pela proximidade física.
Não há consenso: enquanto gestores relatam benefícios do presencial, muitos profissionais valorizam autonomia e equilíbrio do home office, sinalizando a importância de soluções flexíveis, métricas claras e diálogo transparente.
Por que algumas empresas estão encerrando o home office?
Algumas empresas estão decretando fim do home office como parte de uma estratégia para recuperar aspectos considerados essenciais no modelo presencial, como colaboração, inovação e cultura organizacional.
A Amazon, por exemplo, desde maio de 2023, passou a exigir que os funcionários trabalhem presencialmente ao menos três vezes por semana, afirmando que a proximidade fortalece a conexão e a eficiência das equipes.
Já a Apple adotou uma política parecida em setembro de 2022, com retorno gradual ao escritório e presença obrigatória três vezes por semana, justificando que trabalhos criativos exigem mais interação presencial.
Quais os riscos do retorno abrupto ao modelo presencial?
O retorno abrupto ao trabalho presencial, especialmente após um longo período de home office, exige atenção aos possíveis efeitos negativos que podem surgir para colaboradores e empresas.
Entre os desafios que a empresa pode enfrentar com o fim do home office e o retorno repentino ao modelo presencial estão:
- Resistência dos funcionários, que podem se sentir desvalorizados ou pressionados a abrir mão da flexibilidade conquistada;
- Queda na motivação e no engajamento, refletindo diretamente na produtividade diária;
- Aumento da rotatividade, com profissionais buscando oportunidades que ofereçam maior equilíbrio entre vida pessoal e trabalho;
- Deterioração do clima organizacional, com possíveis conflitos e desentendimentos causados pela mudança inesperada;
- Dificuldades na adaptação às novas rotinas presenciais, gerando estresse e redução da eficiência;
- Falhas na comunicação interna, que dificultam o alinhamento de expectativas e objetivos entre equipes e gestores.
O que diz a legislação sobre o fim do trabalho remoto?
O regime de teletrabalho está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde 2011, ganhando destaque principalmente após a pandemia e uma atualização em 2022 que reforçou as garantias jurídicas dessa modalidade.
Para empregados contratados originalmente para atuar em home office, o empregador pode solicitar a mudança para o trabalho presencial. Contudo, essa alteração requer revisão contratual e cumprimento de um aviso-prévio mínimo de 15 dias.
- A legislação permite a alteração mesmo sem a concordância do trabalhador, porém é necessário formalizar a transição por meio de aditivo contratual.
- Caso o empregado recuse a mudança, a empresa pode optar pela rescisão do contrato, com o pagamento das verbas rescisórias previstas em lei.
- Benefícios concedidos para o trabalho remoto, como reembolso de internet e energia, podem ser revogados após o retorno ao presencial.
- Em situações de risco à saúde, o trabalhador pode solicitar a manutenção do teletrabalho mediante comprovação médica.
Acordos firmados durante a pandemia ainda são válidos?
Sim, acordos firmados durante a pandemia continuam válidos enquanto não forem revistos ou encerrados por ambas as partes.
Qualquer alteração nesses acordos exige negociação e formalização, respeitando a legislação trabalhista vigente, garantindo direitos e deveres tanto do empregador quanto do empregado.
A empresa pode obrigar funcionário a voltar ao presencial?
Sim, a empresa pode exigir o retorno ao trabalho presencial, desde que comunique o funcionário com antecedência mínima de 15 dias e formalize a alteração contratual.
Se o empregado se recusar a voltar, a empresa pode rescindir o contrato, pagando as verbas rescisórias conforme a legislação.
Como decidir pelo fim ou continuidade do home office?
Decidir pelo fim ou continuidade do home office envolve avaliar diversos fatores que impactam tanto a empresa quanto os colaboradores.
A decisão deve ser baseada em análise cuidadosa para garantir produtividade e bem-estar. Por isso, é importante considerar os seguintes pontos:
- Produtividade: avaliar se o trabalho remoto mantém ou melhora o desempenho das equipes;
- Cultura organizacional: identificar o impacto da modalidade na integração e nos valores da empresa;
- Preferência dos funcionários: ouvir a opinião dos colaboradores para promover satisfação e retenção;
- Custos operacionais: comparar despesas com escritórios e infraestrutura presencial versus remota;
- Aspectos legais: garantir conformidade com a legislação trabalhista vigente.
O trabalho híbrido como opção intermediária
O trabalho híbrido tem se destacado como uma opção intermediária entre o presencial e o remoto. Segundo levantamento da ABRH Brasil, esse modelo já empata em popularidade com o regime totalmente presencial e vem ganhando força como padrão no mercado.
O trabalho híbrido permite maior flexibilidade, combinando dias de home office com períodos no escritório, o que favorece a produtividade e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de contribuir para a manutenção da cultura organizacional.
Como o RH pode conduzir o processo de retorno presencial?
O departamento de Recursos Humanos é responsável por garantir que o retorno ao trabalho presencial ocorra de forma agradável. Para isso, é preciso atuar com planejamento cuidadoso, diálogo aberto e ações que minimizem impactos negativos para os colaboradores e para a empresa. Confira detalhes sobre essas ações a seguir!
Diagnóstico e planejamento de infraestrutura, jornadas e novos contratos
Antes do retorno, o RH deve realizar uma análise completa para assegurar que o ambiente físico e as condições contratuais estejam adequados à nova realidade.
Sendo assim, o RH deve:
- Avaliar as condições físicas dos escritórios, garantindo segurança e conforto;
- Revisar jornadas de trabalho e, se necessário, ajustar contratos;
- Levantar as necessidades operacionais para definir políticas internas;
- Garantir que todos estejam cientes das novas regras e protocolos.
Comunicação estratégica e gestão da mudança
O RH precisa criar um ambiente de diálogo aberto, tirando dúvidas e compartilhando as razões e os benefícios do retorno, para que todos compreendam o processo e se sintam parte da transição.
Nesse processo, é importante realizar as seguintes ações:
- Manter uma comunicação transparente sobre o processo;
- Criar canais para receber dúvidas e feedbacks dos colaboradores;
- Explicar as razões e expectativas da empresa para o retorno;
- Promover ações que reduzam resistências e aumentem o engajamento.
Conclusão
Portanto, foi possível perceber que o fim do home office em 2025 ainda é uma possibilidade em debate e exige cautela por parte das empresas. A volta ao presencial demanda planejamento, escuta ativa e atenção à legislação.
Ao longo do conteúdo, foi notório que o modelo híbrido tem ganhado espaço como uma solução viável, equilibrando produtividade e flexibilidade.
Também se destacou o papel estratégico do RH na condução de um retorno seguro e estruturado.
Para continuar por dentro de temas como esse e saber mais sobre gestão de negócios e boas práticas para o futuro do trabalho, acompanhe o blog Pontotel.

O Time Pontotel é composto por especialistas em administração, recursos humanos, direito e tecnologia, com experiência em controle de ponto digital e legislação trabalhista. Nossos recursos vêm de fontes oficiais, como o site do Governo Federal e a CLT. Além disso, passam por uma revisão conjunta do departamento jurídico e de Recursos Humanos. Esse processo assegura dados precisos e atualizados, convertendo alterações legislativas em diretrizes claras para empresas que desejam eficiência e conformidade.