Má gestão custa caro: sinais, impactos e como evitá-la de vez
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Time Pontotel 25 de julho de 2025 Gestão de Pessoas

Má gestão nas empresas: o que é, como afeta o dia a dia e o que fazer a respeito

Entenda o que é má gestão, como ela afeta empresas e equipes, e descubra estratégias reais para reverter seus impactos e melhorar a liderança.

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Gestores que tomam decisões sem consultar a equipe, líderes que controlam cada detalhe ou simplesmente ignoram os conflitos que surgem no time. Situações como essas, quando recorrentes, apontam para um problema silencioso, mas altamente corrosivo: a má gestão.

Presentes em empresas de todos os tamanhos, falhas de gestão comprometem o bem-estar das equipes, reduzem a produtividade e podem prejudicar até mesmo a reputação organizacional. Pior ainda: muitas vezes, elas não são percebidas como falhas,  mas como “estilo de liderança”.

Neste artigo, será explicado o que caracteriza a má gestão nas empresas, como ela se manifesta no dia a dia, quais são seus impactos reais e, mais importante, como revertê-la com ações práticas e sustentáveis.

O artigo será construído através dos tópicos abaixo:

Boa leitura! 

O que é má gestão, afinal?

Reunião de negócios com três profissionais em um escritório, um deles analisando dados em um tablet, enquanto os outros dois observam com atenção.

Má gestão é a incapacidade de conduzir equipes, recursos e processos de forma eficaz, transparente e orientada a resultados sustentáveis. Ela não significa apenas tomar decisões erradas, mas manter padrões de liderança que geram confusão, insegurança, conflitos e desengajamento.

O significado de má gestão vai além da ineficiência. Envolve comportamentos e práticas que desorganizam a cultura interna, minam a confiança entre líderes e colaboradores e criam ciclos de retrabalho, estresse e desmotivação. 

Em muitos casos, a má gestão surge da falta de preparo, mas também pode ser consequência de negligência, resistência a feedbacks ou desconhecimento das ferramentas modernas de gestão.

Tipos de má gestão que afetam o dia a dia

A má gestão não tem uma única cara. Ela pode se manifestar de diversas formas, dependendo do perfil do gestor, da cultura da empresa e do grau de autonomia da equipe. Alguns dos tipos mais recorrentes incluem:

  • Gestão centralizadora: é quando o gestor concentra todas as decisões em si, sem delegar ou confiar na equipe. Isso gera gargalos operacionais, reduz a autonomia dos colaboradores e cria um ambiente de controle excessivo, pouco adaptável e engessado.
  • Microgerenciamento: esse tipo de má gestão acontece quando o líder quer acompanhar e revisar cada passo do trabalho da equipe, sufocando a autonomia, a criatividade e a confiança dos profissionais.
  • Gestão ausente ou indiferente: acontece quando o gestor não oferece direcionamento claro, evita decisões difíceis, não se envolve no dia a dia do time e não acompanha o desenvolvimento das pessoas. Isso gera sensação de abandono e insegurança nas equipes.
  • Gestão sem escuta ativa: líderes que não ouvem a equipe, não acolhem feedbacks ou tratam críticas com hostilidade tendem a isolar os profissionais e dificultar a construção de relações de confiança e pertencimento.

Esses padrões podem parecer diferentes entre si, mas compartilham um mesmo efeito: distanciam as lideranças das pessoas e prejudicam os resultados.

Como a má gestão se manifesta nas empresas?

Reunião de trabalho mostrando três profissionais ansiosos ao discutir estratégias em ambiente de escritório.

A má gestão não começa com grandes rupturas. Ela se instala pelas frestas: quando não há clareza sobre prioridades, quando a equipe não é ouvida, quando a liderança oscila entre controle excessivo e ausência total. 

No longo prazo, essas falhas silenciosas se acumulam até que o time inteiro opere em modo de sobrevivência, e a empresa comece a perder capital humano, reputação e capacidade de crescer.

Alta rotatividade e clima hostil

Em ambientes mal geridos, a rotatividade de colaboradores tende a crescer. Mas a troca constante de pessoas não é o problema, é o sintoma. A causa real geralmente está na falta de direcionamento, reconhecimento e confiança. 

Em ambientes mal geridos, especialmente sob liderança deficiente, a rotatividade de talentos tende a disparar, e não pelo cargo, mas sim pela gestão direta. 

Um estudo da Gallup, com mais de um milhão de trabalhadores, revela que cerca de 75% dos colaboradores que pedem demissão o fazem por causa de seus chefes imediatos, e não pela função ou salário.

Além disso, a permanência sob má liderança provoca um clima organizacional hostil: cresce a tensão entre os membros da equipe, os conflitos não são resolvidos, o medo de punição paralisa as iniciativas e o silêncio vira norma. A empresa perde não apenas pessoas, mas a capacidade de manter relações saudáveis e inovadoras no longo prazo.

Equipes sobrecarregadas e desmotivadas

Má gestão e desorganização caminham juntas. Sem uma visão clara de processos, prioridades e distribuição de tarefas, o peso do dia a dia recai sempre sobre os mesmos profissionais. 

E como o líder não atua como mediador estratégico, e sim como alguém que apenas “passa demandas”, o time rapidamente entra em sobrecarga.

Com o tempo, a sobrecarga vira desmotivação: o senso de propósito se dissolve, as entregas se tornam mecânicas e o espaço para desenvolvimento desaparece. 

E o mais grave: em muitas empresas, a produtividade cai sem que ninguém questione a gestão. O foco permanece no esforço do colaborador, quando o problema real está no modelo de liderança.

Falta de clareza sobre metas, entregas e responsabilidades

Empresas com má gestão operam em um estado constante de ambiguidade. Os objetivos mudam sem explicação, as metas são genéricas, os prazos são impostos sem lógica, e ninguém sabe, de fato, qual é o critério de sucesso. Isso gera retrabalho, desalinhamento entre áreas e um desgaste coletivo.

Sem clareza, as pessoas não têm segurança para tomar decisões. Sem segurança, evitam a responsabilidade. E sem responsabilidade distribuída, tudo volta para a liderança, que, por sua vez, -sente-se sobrecarregada e começa a microgerenciar. 

É um ciclo vicioso que afeta diretamente a performance e a capacidade da empresa de inovar.

Feedbacks ausentes, agressivos ou mal aplicados

Feedback não é um favor, é um pilar da gestão. Mas quando ele é inexistente ou aplicado de forma destrutiva, mina a autoestima dos profissionais e bloqueia a cultura de aprendizado.

Muitos líderes confundem franqueza com agressividade, e deixam de construir espaços seguros para conversas reais. 

O resultado são equipes que não sabem como estão sendo avaliadas, não recebem direcionamento e, aos poucos, param de se comprometer com a própria evolução. A ausência de feedback gera um vazio de desenvolvimento. O feedback tóxico gera trauma.

Como transformar uma gestão ruim em uma liderança saudável?

Reconhecer os sinais de uma gestão disfuncional é o primeiro passo. O segundo, e mais desafiador, é mudar. 

E para transformar um ambiente mal gerido em um espaço saudável, produtivo e colaborativo, é preciso atuar em três frentes: no autodesenvolvimento da liderança, na criação de estruturas de escuta e acompanhamento, e no uso estratégico de dados e indicadores.

Investir em capacitação e autoconhecimento do líder

Não existe liderança saudável sem inteligência emocional. Um bom gestor é, antes de tudo, alguém que conhece seus próprios gatilhos, regula suas reações e cultiva empatia com a equipe. 

Investir em desenvolvimento emocional, escuta ativa e comunicação não violenta não é mais uma recomendação, é uma exigência de um mercado que cobra líderes humanos, não chefes autoritários.

Esse processo exige tempo, abertura e prática contínua. Liderar com consciência envolve lidar com conflitos com maturidade, reconhecer erros, dar e receber feedbacks com respeito. 

Tuanny Honesko, coordenadora de Marketing da Feedz, ressalta que “Quando falamos de adaptabilidade, penso muito em conhecer não só as pessoas, mas também em se conhecer como profissional, como pessoa, como líder. Conhecer cada um de seus liderados para entender as fortalezas e as fraquezas, e como vamos lidar com isso, mas principalmente conhecer as demandas e os processos.”.

Capacitações sobre liderança humanizada, psicologia organizacional e mediação de conflitos são grandes aliadas.

Criar canais de escuta e confiança na equipe

Gestores que não escutam isolam suas equipes, e equipes isoladas erram mais, sofrem mais e contribuem menos. 

Criar canais reais de escuta significa abrir espaço para conversas honestas, onde colaboradores possam compartilhar percepções, propor melhorias e apontar problemas sem medo de retaliação.

Esses canais podem ser formais (como pesquisas de clima, reuniões one-on-one, comitês de diversidade ou ouvidorias internas) ou informais (como rodas de conversa, mentorias cruzadas ou grupos de afinidade). 

O importante é que o colaborador saiba que sua voz tem valor e efeito.

Medir e acompanhar indicadores de gestão e clima organizacional

Sem dados, a gestão segue no escuro. 

Para evitar isso, é essencial acompanhar indicadores que revelam a qualidade da liderança e do ambiente de trabalho. 

Entre os principais estão: taxa de turnover, índice de engajamento, produtividade por equipe, NPS interno, avaliações 360º e resultados das pesquisas de clima.

Esses dados não apenas mostram o que precisa melhorar, mas também permitem agir com rapidez. Se o índice de confiança na liderança caiu, por exemplo, é possível intervir antes que o time desmonte. 

Se os feedbacks revelam falhas de comunicação, é hora de ajustar o estilo e o canal.

Conclusão

A má gestão não se manifesta apenas em grandes falhas ou escândalos corporativos,  ela começa nos detalhes do dia a dia. Em metas confusas, ausência de escuta, decisões unilaterais, comunicação agressiva ou simplesmente falta de direção. 

Esses sinais, quando ignorados, constroem ambientes hostis, desmotivam equipes, afastam talentos e comprometem os resultados.

Ao longo deste conteúdo, foi visto que os impactos da má gestão são profundos e estruturais, mas também que é possível transformar esse cenário. 

A mudança começa na liderança: com autoconhecimento, empatia e capacidade de escutar. Passa por processos claros, indicadores bem acompanhados e uma cultura de confiança que permita erros, aprendizado e evolução.

Empresas saudáveis não nascem por acaso. Elas são construídas por pessoas dispostas a aprender, a se responsabilizar e a liderar com intenção. E o primeiro passo é reconhecer que, sim, gestão importa, e muito.

Continue acompanhando o blog Pontotel para aprender práticas de gestão de pessoas que inspiram. 

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