Senso de dono: checklist de como desenvolver na empresa
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Time Pontotel 4 de setembro de 2025 Gestão de Pessoas

Senso de dono: veja o que é, seus benefícios e como desenvolver essa estratégia através da gestão de pessoas na empresa

O que é senso de dono e como desenvolvê-lo? Aprenda a ter espírito de dono e os benefícios que empresa e colaboradores ganham.

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O mercado tem se tornado cada vez mais dinâmico e competitivo; por isso, ter um time engajado, proativo e comprometido com resultados é um diferencial estratégico. O senso de dono, que se trata de uma mentalidade, destaca-se justamente nesse contexto.

Tal conceito, também chamado de senso de propriedade em diversos estudos acadêmicos e outras pesquisas na área, “é essencial para a conexão de um funcionário com sua organização”, como destaca o estudo “Pesquisa de propriedade psicológica em negócios”

Por isso, as empresas “se esforçam para familiarizar os membros com potenciais alvos de propriedade (por exemplo, trabalho geral, deveres, equipes e projetos) por meio de processos de associação”, afinal, funcionários com tal mentalidade tornam-se mais engajados.

Há mais nuances sobre esse tema. Para detalhá-las, este texto abordará estes tópicos:

Tenha uma ótima leitura!

O que é senso de dono no trabalho?

O senso de dono é a mentalidade de quando o colaborador se sente verdadeiramente responsável pelos resultados da empresa, toma iniciativa, resolve problemas e busca sempre o melhor para o negócio

Esse termo tem origem no inglês “ownership”, que significa “propriedade”, e, quando aplicado no ambiente corporativo, está ligado à ideia de comprometimento profundo, responsabilidade e atitude proativa.

Não à toa, o estudo “Propriedade psicológica: efeitos e aplicações” pontua que o senso de propriedade “não precisa estar vinculado a direitos de propriedade reais ou mesmo à possibilidade de tê-los”. Essa propriedade psicológica “envolve identificação, controle, responsabilidade e o desejo de pertencimento”.

Diferenças entre senso de dono e responsabilidade

Primeiro, é necessário entender que a responsabilidade refere-se ao compromisso do colaborador em cumprir suas tarefas e obrigações conforme esperado. Ele, portanto, entrega resultados dentro do seu escopo de trabalho.

Já o senso de dono trata-se de uma mentalidade em que o colaborador age como se fosse o dono da empresa e isso, consequentemente, o faz assumir um compromisso profundo com o sucesso dela. Ele está, por inteiro, alinhado à missão, à visão e aos valores da empresa.

Como cita Mike Ibrahim, fundador e CEO da Rewardlion, o “empoderamento por meio de visão e valor é a chave para uma cultura de propriedade”. Sendo assim, desbloquear um profundo senso de dono na equipe “gira em torno de um alinhamento estratégico com a visão e os valores da organização”.

Por que essa mentalidade é tão valorizada no ambiente corporativo?

Os colaboradores com senso de dono tornam-se proativos. Eles não esperam ordens para agir e, no dia a dia, isso torna os processos mais ágeis. Além disso, esse senso fortalece o engajamento e a motivação: quando as pessoas se sentem parte do negócio, tendem a se dedicar, a colaborar melhor e a assumir responsabilidades de forma autônoma

O executivo de negócios Parham Eftekhari diz que “as pessoas entendem que os gestores precisam tomar a decisão final, mas dar a eles um lugar à mesa para serem ouvidos fortalecerá a adoção de decisões.”. Em termos práticos, isso reduz a necessidade de supervisão constante e cria um local de trabalho mais harmonioso e produtivo.

Quais são os comportamentos de alguém com espírito de dono?

Homem pensativo sentado em mesa de escritório com laptop, livros e objetos de escritório, refletindo sobre o senso de dono.

Alguém com senso de dono demonstra comportamentos que vão além do esperado. Essa pessoa não espera ordens. Ela age proativamente. Além desse comportamento proativo, entenda outros que evidenciam a existência desse tipo de mentalidade nos funcionários:

  • Tratar os recursos da empresa como seus, usando-os de forma consciente para evitar desperdícios e garantindo que os processos funcionem de maneira eficiente;
  • Assumir controle sobre suas tarefas e decisões, gerenciando o próprio trabalho sem depender de supervisão constante e respondendo pelos resultados;
  • Focar em alcançar metas claras e contribuir para o crescimento da empresa, priorizando ações que gerem impacto positivo nos objetivos organizacionais;
  • Trabalhar em colaboração com a equipe, valorizando o esforço conjunto e buscando o benefício não só individual, mas de toda a organização.

Quais os benefícios de desenvolver uma cultura de dono?

Promover uma cultura na empresa em que os funcionários desenvolvem o senso de dono traz vantagens para os dois lados: quadro de pessoal e empregador. Confira, em detalhes, como isso acontece:

Benefícios para os colaboradores

Mehul Nimavat, líder financeiro, afirma que é “importante incentivar os membros da equipe a assumirem um papel ativo na tomada de decisões, buscando sua contribuição e proporcionando autonomia em suas tarefas”. Com isso, “os membros da equipe se sentem valorizados e comprometidos com o sucesso da equipe”.

Esse, portanto, é um dos principais benefícios do senso de dono aos colaboradores, aliado ao fato de que, com essa mentalidade, eles passam a se sentir mais valorizados e confiantes para tomar decisões e propor melhorias. Como resultado, esse senso de pertencimento gera mais motivação e engajamento, aumentando a satisfação no trabalho.

Benefícios para a empresa

Para a empresa, os benefícios de cultivar a cultura de dono são igualmente evidentes: com colaboradores mais comprometidos, a produtividade aumenta, os processos se tornam mais eficientes e os resultados financeiros melhoram.

A empresa também ganha em inovação, pois pessoas com senso de dono estão sempre buscando soluções criativas para desafios do dia a dia. Isso fortalece o clima organizacional e reduz a rotatividade.

Ainda, segundo a pesquisa Gallup Q12, quando se trata do que os funcionários engajados menos fazem dentro de uma empresa está o absenteísmo (78%). Como discutido, o senso de dono, ao tornar os funcionários motivados, favorece justamente esse aspecto.

Como RH e liderança podem estimular o senso de dono?

Velisse Bonilla, diretora jurídica tributária da Arias Law, ressalta que uma “liderança positiva influencia a equipe e promove um senso de propriedade em um projeto.” Partindo disso, o mesmo se aplica ao time de RH, que, aliado à liderança, consegue estimular o senso de dono em cada um dos funcionários.

Em termos práticos, isso se dá ao delegar responsabilidades para os colaboradores se sentirem mais donos. Nesse ponto, a comunicação clara sobre objetivos e valores ajuda no alinhamento e engajamento. 

Além disso, uma cultura de feedback contínuo e reconhecimento valoriza atitudes proativas. Ainda, envolver os colaboradores nas decisões estratégicas também fortalece essa mentalidade.

Ferramentas e indicadores para mensurar a evolução

Para acompanhar o desenvolvimento do senso de dono, é fundamental medir o engajamento, a autonomia e o comprometimento dos colaboradores. Nesse sentido, ferramentas como OKRs, feedback contínuo e o eNPS auxiliam na hora de alinhar metas, promover trocas constantes entre líderes e equipes e, ainda, avaliar o nível de satisfação interna

Combinadas a avaliações de desempenho focadas em proatividade e autonomia, essas práticas permitem monitorar e fortalecer a cultura de dono estrategicamente. Com isso, a empresa consegue construir um ambiente onde os colaboradores se sentem parte do negócio e, por isso, agem com responsabilidade e visão estratégica de longo prazo.

Erros comuns ao tentar estimular o senso de dono

Ao tentar estimular o senso de dono na equipe, algumas armadilhas podem comprometer o sucesso dessa iniciativa. Confira os principais erros:

  • Cobrar resultados e comprometimento sem dar liberdade aos colaboradores para tomarem decisões e fazerem seu próprio caminho gera frustração e desmotivação;
  • Encarar o senso de dono como estar sempre disponível, trabalhar além do limite e sacrificar a vida pessoal cria uma cultura tóxica que sobrecarrega os profissionais;
  • Tentar implantar o senso de dono sem que a cultura organizacional e os valores da empresa estejam de fato alinhados resulta em desconfiança e resistência por parte dos colaboradores.

Como desenvolver o senso de dono nos colaboradores?

Criar o seno de dono na equipe, como destaca o diretor-executivo CJ McNaughton, “começa com uma compreensão clara da missão, visão e valores da sua organização”. Junto a isso, deve-se criar um ambiente que valorize a autonomia e comunique os objetivos da empresa. É assim que os colaboradores entenderão seu impacto no negócio. 

Incentivar a tomada de decisões também é uma forma de fazer os funcionários desenvolverem essa mentalidade de dono. Sobre isso, Vijay W, chief navigator da Innominds, aconselha:

“Dê poder de decisão: deixe que os membros da sua equipe tenham o poder de decidir coisas em suas áreas de especialização. Isso significa que eles podem fazer escolhas sobre as coisas que sabem melhor. Quando eles podem fazer isso, eles se sentem mais responsáveis”

Outro aspecto que precisa ser considerado ao promover o senso de dono no quadro de pessoal envolve a liderança. Nas palavras de Craig R Arends, diretor administrativo na CLA, a liderança precisa começar se responsabilizando e modelando esse sentimento para a equipe:

“Por exemplo, comunique o que você disse que faria e se realmente fez. O que você aprendeu e o que mudará. Torne isso um lugar seguro e isso desenvolverá uma mentalidade de dono”

O estrategista de desempenho máximo Nick Sinanan também ressalta o mesmo aspecto, mostrando a importância da liderança nisso tudo:

“Como líder, incorpore os valores que deseja incutir. Demonstre responsabilidade, abertura e paixão pelo sucesso. Vamos nos inspirar a adotar a propriedade em todos os aspectos da nossa jornada!”

Como ele impulsiona o intraempreendedorismo nas empresas?

O estudo “Comportamento intraempreendedor e cultura organizacional intraempreendedora” cita algo interessante ao afirmar que o intraempreendedorismo “pode acelerar as inovações dentro das organizações”.

Dessa forma, o senso de dono impulsiona justamente o intraempreendedorismo ao estimular nos funcionários a proatividade, a busca por soluções inovadoras e a responsabilidade pelos resultados.

Além disso, quando os funcionários se sentem donos, eles atuam com mais autonomia e motivação para transformar desafios em oportunidades. Eles, de fato, colaboram para o crescimento e a competitividade da organização.

Checklist para transformar o senso de dono em um ativo estratégico

Transformar o senso de dono em um ativo estratégico é indispensável para fortalecer a cultura da empresa. Confira este checklist para desenvolver essa mentalidade na equipe:

  • Comunique com clareza missão, visão e valores da empresa;
  • Ofereça autonomia com responsabilidade nas decisões do dia a dia;
  • Promova feedback contínuo para alinhamento e melhoria constante;
  • Reconheça atitudes proativas e comprometidas;
  • Invista em treinamentos focados em liderança, inovação e solução de problemas;
  • Incentive a colaboração e o trabalho em equipe;
  • Estabeleça metas claras e alinhadas aos objetivos estratégicos (como OKRs);
  • Mensure o engajamento com indicadores como eNPS e avaliações de desempenho;
  • Evite a sobrecarga e garanta equilíbrio na autonomia.

Exemplos práticos de atitude de dono no dia a dia das empresas

	
Mulher trabalhando em escritório moderno com laptop, papéis, canetas e materiais de escritório, promovendo senso de dono.

O senso de dono aparece quando o colaborador identifica problemas ou oportunidades e age sem esperar ordens. Ele, a partir disso, propõe melhorias e otimiza processos. Tal postura demonstra proatividade e um forte compromisso com os resultados da empresa.

Além disso, quem tem essa mentalidade cuida dos recursos da empresa e assume responsabilidades. Ainda, age com autonomia, toma decisões e, quando algo não sai como planejado, em vez de simplesmente apontar culpados, ele busca soluções.

Conclusão

O senso de dono é uma das mentalidades mais valorizadas nas empresas. O motivo disso, detalhado ao longo de todo este artigo, está no fato de que ela fortalece a cultura empresarial, impulsiona a produtividade e melhora a colaboração.

Logo, desenvolver esse espírito de dono em todos os times, de todos os setores, embora seja uma tendência de gestão, vai além disso. Afinal, é uma forma de as organizações, das menores às maiores, impulsionarem resultados sustentáveis

Há, porém, um esforço, tanto por parte da liderança quanto do time de RH, em promover essa cultura de senso de dono. Cada negócio, considerando suas particularidades, deve entender as melhores formas de fazer seus funcionários se sentirem e agirem como donos da empresa: engajados, comprometidos e conscientes.

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